Saudade/Contra o medo… esperança!

Há novidades em cada ano lectivo que começa… Isso acontece naturalmente porque, no início de cada ano, faz sentido que a Escola esteja aberta à inovação.

Tem sido discutida a questão do uso dos telemóveis mas, para já, quase nada foi decidido. O projecto referente ao uso dos manuais digitais, bem ou mal, também parece continuar já que o seu impacto na aprendizagem dos alunos ainda não é possível avaliar e o tema terá de continuar a ser discutido. Prova-o o caso da Suécia, por exemplo, que acabou o ano de 2022 a confirmar que o papel tem vantagens insubstituíveis, o que parece bem positivo!

É certo que, repito, a Escola tem sempre de estar aberta à inovação mas continua a parecer-me que ensinar com o papel não é a mesma coisa que ensinar com ecrãs e, por esse motivo, o telemóvel também terá de esperar.

Bem sei, todos sabemos que na Escola nada muda de um dia para o outro: nem a formação dos professores, nem o contexto dos alunos, nem os métodos pedagógicos, nem a exigência dos professores…Começa a ser tarde, bem sei, mas é preciso discutir e decidir o que deverá ser feito para que a Escola cumpra realmente os seus objectivos e, à cabeça, poderá estar a capacidade de diálogo, de partilha, de vida… o barulho, a alegria, a corrida, outra vez o diálogo que se tem  perdido nos intervalos. Que quase desapareceu e que faz tanta falta!

Talvez já seja tarde para este ano lectivo mas continua a ser urgente para pensar e decidir o que deverá ser feito para que a Escola cumpra realmente os seus objectivos…

Já sei que neste meu momento de pausa esse assunto já pouco ou nada me diz respeito mas, continuo a não me distanciar do que penso ser melhor para os alunos de hoje. Eu ouço, eu leio, eu aprecio… e se me parece que não pode haver uma resposta imediata sobre os benefícios da proibição dos telemóveis nas Escolas, os estudos que se fazem provam que o seu uso parece mesmo ser prejudicial. Sem telemóvel, há provas que registam classificações mais elevadas, exactamente, para quem teve acesso restrito ao telemóvel… Cito como exemplo, uma investigação feita na República Checa que recomenda o uso saudável da tecnologia e, em consequência, a redução do bullying que merece, hoje, uma grande atenção. Cito ainda como exemplo, os relatórios relativos à exposição prolongada a dispositivos electrónicos e, por inerência, o bem-estar físico e psicológico dos alunos quando o uso do telemóvel já foi sujeito às medidas de restrição.

Há exemplos concretos e curiosos ligados ao uso e restrição do telemóvel e, também por isso, a discussão vai ter de continuar. Cada Escola já tomou ou está a tomar a sua posição e, do que sei, do que vou observando, já é possível constatar que, sem telemóvel, os alunos estão mais ligados uns aos outros e que a recomendação que foi feita às Escolas não é uma imposição mas que todas as Escolas adoptem a medida que há-de beneficiar toda a comunidade escolar. Por mim que já não tenho voto na matéria, continuo a defender uma Escola mais activa, mais barulhenta, uma Escola de contacto, com regras e sem ecrãs. Nos intervalos, no mínimo!

Não estou a inventar nada, atenção! Na Europa já estão a ser tomadas medidas nesse sentido e defende-se, sobretudo, a saúde mental! A França, a Itália, a Grécia, a Espanha, os Países Baixos, a Hungria… defendem a utilização do telemóvel apenas para fins educativos. Porque, à frente, estará sempre o bem-estar dos alunos e dos professores… Uma Escola activa e com fôlego, naturalmente!

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