Não foi “covid-19”, “pandemia” ou “zaragatoa”, mas “saudade”. Como habitual, a Porto Editora lançou aos internautas o desafio de escolherem a palavra mais importante do ano – e 26,8% dos votos caíram na palavra tantas vezes associada “à alma dos portugueses” – e que não tem tradução.
Num ano marcado por mudanças profundas na sociedade, com a colocação limitações entre reuniões familiares e com amigos, quase um terço dos 40 mim portugueses que aderiram à iniciativa escolheram a palavra. Contudo, não muito distante ficou “covid-19“, com 24,4%, seguida de “pandemia”, com 17,03%.
“Já muito se disse sobre o ano atípico de 2020, em que se enfrentou uma pandemia com impacto significativo na vida coletiva e individual de todos nós. Um dos aspetos onde esse impacto tem sido mais profundo é no relacionamento afetivo, pessoal e social: familiares e amigos que só se podem ver à distância, viagens, atividades lúdicas e momentos de convívio que ficaram suspensos. Talvez por isso, os portugueses tenham escolhido «saudade» como Palavra do Ano 2020”, explicou a editora, em comunicado.
O vocábulo “confinamento” ainda conquistou 16,23% dos votos, seguido de “zaragatoa” (7%), “telescola”(2,58%), “discriminação” (1,85%), “infodemia” (1,59%), “digitalização” (1,33 %) e “sem-abrigo” (1,16 %).
“Saudade” foi a Palavra do Ano 2020
Segundo a Porto Editora, para a escolha da Palavra do Ano contribuíram uma lista de palavras construída com base nas sugestões que os portugueses fizeram através do site da iniciativa e nas pesquisas efetuadas no Dicionário da Língua Portuguesa online.
A “saudade” sucede assim a “violência doméstica”, escolhida em 2019, “enfermeiro”, em 2018, “incêndios”, em 2017, e “geringonça”, em 2016.