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Dia Mundial da Dança. Como é fazer desta arte uma forma de vida?

Dia Mundial da Dança

Fotografia: Direitos Reservados

Esta quinta-feira assinala-se o Dia Mundial da Dança. Para Ana Moura e Joana Colaço, bailarinas da região do Vale do Sousa com carreiras de sucesso, esta arte é uma forma de vida que as leva por vários pontos do país – e até além fronteiras.

As artistas participaram no podcast do IMEDIATO «Esquina Criativa», onde explicaram o que as “puxou” para a dança, como é uma poderosa forma de expressão – e que atualmente sofre bastante com os impactos da pandemia de covid-19.

Ana Moura faz da dança a sua vida há quase 20 anos

Ana Moura já dança desde criança, mas foi no final do ensino secundário que decidiu que queria fazer da arte a sua vida. Dezanove anos depois, a bailarina e professora já atuou um pouco por todo o país e até além fronteiras, mas são as atuações na região que mais prazer lhe trazem.

A penafidelense conta com uma carreira de mais de 19 anos ligada à arte, com passagem por vários géneros – hip hop, jazz, ballet clássico, ballet contemporâneo. “Sempre gostei de dançar, de ouvir música, de fazer teatro, mas nunca me passou pela cabeça que fosse possível isso ser uma profissão, ter uma carreira, fazer disso vida. Para mim era um divertimento”, confidenciou ao IMEDIATO.

Desde cedo percebeu a sua apetência para a dança, mas só no secundário, quando teve que escolher o que seguir, é que percebeu que a única coisa que gostava de fazer era de dançar, que o que lhe dava gozo era estar em palco. Na passagem para a faculdade, percebeu que a paixão era a dança contemporânea e formou-se nessa área.

Atualmente a dar aulas na escola de dança penafidelense “Lampadinha”, “um projeto de vida, do qual nunca me vou desligar, porque é mais do que dar aulas”, Ana Moura estudou dança em várias escolas do país e em Barcelona e participou em vários projetos, não conseguindo destacar os que mais a marcaram. “É uma pergunta difícil, porque me envolvi em todos eles. Nunca fiz nada contrariada”, afirmou. Mas confessa que é sempre marcada por projetos que envolvem a comunidade e a sua terra.

Questionada sobre a realidade da região, Ana Moura garante que “no Vale do Sousa há uma grande oferta e temos bons profissionais a trabalhar”, agora um pouco limitados pela pandemia, que suspendeu as aulas e os espetáculos. “Mas espero que todas lutem para manter os seus alunos e continuar a espalhar a dança na região”, desejou.

A dança faz parte da essência de Joana Colaço

Começou aos três anos a paixão de Joana Colaço pela dança, iniciou-se numa academia de dança em Penafiel e, desde então, o mundo do espetáculo tem sido o seu palco. Participou também na série “White Lines” da plataforma Netflix, assim como, esteve presente em televisão ao lado de Herman José, Gato Fedorento, Praça da Alegria, Globos de Ouro e muitos mais.

“Mais do que tudo foi muito importante eu apresentar a minha arte e representar os meus colegas em Ibiza, a arte coletiva e a mistura de culturas que temos e fazer essa apresentação a nível mundial, para casa para qualquer pessoa que ligue o computador e assista à série”, contou ao IMEDIATO a experiência como atriz.

Dado o percurso extenso no mundo da dança, Joana marca como “maior” crescimento a nível profissional em Portugal ter trabalhado com o coreógrafo Marco De Camillis. No entanto, também realizou projetos no Move It Entertainment e Cirque du Soleil, que ajudaram a bailarina no desenvolvimento criativo, de expressão e ao nível da exigência.

A artista considera que “temos muitíssimo talento como base nesta zona [Penafiel] essencialmente, (…), bons professores, boas escolas e muita força de vontade”. Contudo, afirma falta credibilidade e apoio aos artistas, assim como, “mais força” na facilidade de expressão para as crianças que pretendem seguir dança.

Quanto às dificuldades na sua vocação, Joana admite que “em Portugal tem vindo a decrescer bastante, (…), artisticamente às vezes é difícil sobreviver neste país, é triste porque é muito importante a cultura, o desenvolvimento social e humano e é uma pena perdermos tanto do tão bom que temos por meras questões que não estão bem solucionadas”.

Durante o confinamento, a bailarina desenvolveu um projeto em África e, ainda durante este ano, pensa concretizar um projeto individual com dança burlesque, alguns em Ibiza e criar conceitos de eventos a nível musical e criativo com o produtor musical Miguel Matos.

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