Três homens, com 21, 30 e 47 anos – dois de Paredes e um de Barcelos – foram detidos pela Polícia Judiciária de Braga, por se fazerem passar por inspetores daquela polícia. Estes indivíduos, que atuavam em conjunto com outros dois, que foram detidos em setembro passado e colocados em prisão preventiva, no âmbito da “Operação Faux Javert”, são suspeitos da prática dos crimes de burla qualificada, associação criminosa, sequestro, usurpação de funções e falsificação ou contrafação de documentos.
A investigação teve início a 25 de junho, quando foi comunicado à PJ que um grupo de homens, se fez passar por inspetores da PJ, “simulando uma busca na residência e numa empresa de um empresário de Fafe, munindo-se para o efeito de autorizações judiciais contrafeitas e devidamente equipados com coletes, crachás e outra indumentária típica deste serviço de segurança, evidenciando algum profissionalismo e confiança na suposta diligência, logrando a aparente apreensão de ouro, relógios, documentos e dinheiro, cujo valor ultrapassou largamente os cem mil euros”.
No prosseguimento da investigação, liderada pelo Departamento de Investigação Criminal de Braga e a consequente partilha de informações com a Diretoria do Norte e com a Guarda Nacional Republicana, foi possível identificar de casos análogos em vários concelhos da zona Norte do país, como Santa Maria da Feira, Barcelos, Penafiel e Paredes.
Os indivíduos que, “de forma organizada e recorrendo a meios propositadamente angariados para a prática dos recorrentes crimes, sem ocupação criminal, apresentam vasto passado criminal, da tipologia dos ilícitos aqui em investigação e de outros, tendo já sido condenados e cumprido penas de prisão”, foram identificados. Dois deles foram detidos em setembro e colocados em prisão preventiva. Agora, a PJ realizou mais três detenções, numa operação em que foi possível recuperar cerca de trinta mil euros, documentos diversos, relógios, objetos de valor, ouro, moeda estrangeira, e ainda apreender viaturas, crachás, coletes, documentos de identificação contrafeitos, entre outros, alusivos à PJ.
Os três homens agora detidos, foram já presentes às autoridades para interrogatório judicial. Dois deles ficaram sujeitos à obrigação de apresentações periódicas bissemanais às autoridades locais e proibição de contactos, enquanto ao terceiro foi decretada a medida mais gravosa, prisão preventiva.