Paula Gonçalves, uma figura de relevo no PSD de Paços de Ferreira, é agora militante do Chega e conselheira nacional do partido.
Ao Jornal IMEDIATO, Paula Gonçalves falou desta mudança partidária, e confessa que esta quebra com o PSD – partido do qual deixou de ser militante em 2020, após umas eleições à concelhia que perdeu para o atual líder Alexandre Costa – se dá “por desilusão” e por deixar de se rever nas diretrizes e valores do partido.
“Foram anos e anos a dedicar-me à causa pública e percebi que algo se passava que não conseguia compreender e que ainda hoje não compreendo”, referiu aquela que foi deputada pelo PSD na Assembleia Municipal de Paços de Ferreira entre 2007 e 2015 e deputada pelo partido na Assembleia da República.
Ao longo dos anos de militância no PSD, que começaram em 1986, quando foi vice-presidente da JSD quando Pedro Pinto exerceu o cargo de presidente da estrutura dos jovens, Paula Gonçalves desempenho vários cargos no partido. Mas em 2021 militou-se no Chega. Diz que o fez por descobrir que os pilares que sustentam o Chega “são os meus pilares”. “Não tenho a mínima dúvida e revejo-me em todos os valores e princípios que o Chega defendem”, referiu, valores estes que são patriotismo, família, liberdade e trabalho.
“Não estou cem por cento de acordo, mas estou numa grande percentagem de acordo com o líder do partido e os valores e como quem não deve não teme, tomei essa decisão e militei-me”, explicou, garantindo que mantém os seus princípios, “independentemente da bandeira que empunhar”.
Certa de que está “num novo ciclo”, Paula Gonçalves garantiu que estará no partido “enquanto defenderem estes ideais”, e nega o mito criado de que se trata de um partido racista e xenófobo. “E quem me conhece sabe que não sou racista nem xenófoba”.
Para a ex-social-democrata, “os princípios e valores do Chega são para o bem de Portugal, para que o nosso país e o mundo tomem outro rumo, porque estamos num rumo complicado, perigoso e valores como os que defende o Chega têm que ser preservados para que haja sustentabilidade, melhor qualidade de vida e para acabar com tanta corrupção”, sustentou, certa de que está em causa a segurança como seres humanos e como família.
Do ambiente que se vive no Chega e negando o conceito de radicalismo que muitas vezes lhe é atribuído, Paula Gonçalves garante que viveu na primeira pessoa, no Conselho Nacional, a união que existe. “Vivi e experienciei na primeira pessoa e o partido não é nada daquilo que é transmitido por alguns media”, frisou.
Certa de que existem “problemas reais e muito preocupantes que têm que ser resolvidos e travados”, Paula Gonçalves entende que o Chega “tem capacidade para isso e está a trabalhar nesse sentido”. E está disponível para dar o seu contributo, na medida que lhe for possível. Contudo, “sem aspirações políticas”. “Estou porque acredito piamente nos valores e princípios que estão a ser defendidos e espero conseguir ser uma peça nesta mudança que tem que haver na sociedade”, referiu, acrescentando que entrou no partido pela causa pública, “por gostar de estar envolvida na sociedade”. “Fui para o Chega porque acredito no Chega. Saí do PSD porque quis, porque ninguém me mandou embora. E saí porque o PSD de Paços de Ferreira não quer pessoas trabalhadoras e que trabalhem em prol da sociedade, sem interesses pessoais”, concluiu.