Um grupo de 22 elementos dos Bombeiros Voluntários de Rebordosa, em Paredes, pediu passagem ao quadro de reserva, em sinal de descontentamento com a direção e o comando pela falta de resposta a várias reivindicações que fizeram. A direção e o comando afirmam não compreender a atitude do grupo e garantem que estavam a procurar dar resposta às solicitações.
Colocar tapetes e cabides nas camaratas, resolver alguns problemas de humidade, mais pressão no chuveiro e colocar um bilhar na sala de convívio do quartel, foram algumas das reivindicações feitas numa carta assinada por 11 chefes de piquete, que foi levada até à direção em novembro do ano passado. Na missiva, pediam um prazo para a resolução dos problemas, e davam nota de que, enquanto tal não acontecesse, só iriam assegurar serviços operacionais, não fazendo prevenções, serviços contratados ou peditórios para a corporação.
A situação e no início deste mês, numa formatura geral, os chefes de piquete voltaram a manifestar o seu descontentamento e garantem, não obtiveram qualquer feedback e foram ainda ameaçados por elementos de comando com processos disciplinares, caso não fizessem os serviços que se estavam a recusar fazer. Assim, nos últimos dias, nove dos 11 chefes e mais 13 bombeiros, pediram a passagem ao quadro de reserva, deixando assim de prestar qualquer tipo de serviço à corporação.
Direção e comando dizem-se “surpresos”
Contactados pelo Jornal IMEDIATO, Paulo Ferreira e Abel Moreira, respetivamente comandante e presidente dos Bombeiros Voluntários de Rebordosa, confirmaram a situação e manifestaram-se, surpresos com a decisão, pois comunicaram que iam procurar resolver os problemas levantados pelos chefes na carta de novembro.
“Estou chocado. Não esperava uma posição destas, quando ao longo dos últimos anos se fez tanto investimento nos bombeiros, em equipamentos de proteção individual, veículos. E em relação às reivindicações que fazem, estávamos a procurar resolver”, referiu Abel Moreira, explicando que algumas, caso dos tapetes, não são possíveis porque a lei não o permite e lamentando o pedido de mais pressão nos chuveiros, “quando todos os dias nos pedem para pouparmos água”.
Também o comandante lamenta a situação e garante que a mesma não coloca em causa o socorro das pessoas, mas criou mau estar no seio da corporação, “porque os cerca de 60 que estão em escala a assegurar o socorro das pessoas não se revêm no que está a ser feito”.
Na sequência deste episódio, direção e comando destacam o apoio que têm recebido de vários quadrantes da proteção civil. “Mais do que o número de pessoas que foi embora, recebi, assim como o comandante apoio dos restantes elementos, manifestações de apoio do quadro de honra, de reserva, dos órgãos sociais. Toda a gente se mostrou disponível para ajudar”, concluiu o presidente.