Rui Pedro desapareceu de Lousada a 4 de março de 1998, quando tinha 11 anos e esta sexta-feira, para assinalar o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas (que se celebrou no dia 25 de maio), a Câmara Municipal de Lousada, em parceria com a Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas, promoveu a exibição do filme “Sombra”, no Auditório Municipal de Lousada. O filme, que conta a história de uma mãe que luta para encontrar o filho, assemelha-se muito à história de Filomena Teixeira, a mãe de Rui Pedro, o menino que desapareceu em 1998, em Lousada.
A iniciativa, que se realizou graças ao empenho da família de Rui Pedro, em particular da irmã Carina Mendonça, que conseguiu interligar as partes que contribuíram para a realização do evento, inclusive com a produtora, que cedeu gratuitamente os direitos do filme, para a sua exibição em Lousada, contou com a presença dos pais de Rui Pedro.
Ainda antes da exibição do filme, Filomena Teixeira, a mãe do emnino desaparecido, agradeceu ao município a realização da iniciativa, que permite continuar a lembrar a luta que trava há vários anos, no sentido de saber o que sucedeu a Rui Pedro, cujo desaparecimento continua envolto em mistério. Visivelmente emocionada, Filomena Teixeira, destacou a importância da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas para ajudar outras famílias na busca dos seus filhos desaparecidos, dando o apoio que ela não teve quando o seu filho desapareceu.
Já Patrícia Cipriano, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas, falou do investimento que está a ser feito na investigação do caso Madeline McCann, a menina que desapareceu na Praia da Luz, no Algarve em maio de 2007 e cujo caso ainda teve novos desenvolvimentos esta semana, em contraponto com os diversos casos ocorridos em Portugal. Reconhecendo que é importante que se investigue, defendeu a importância de se investigar também o desaparecimento de outras crianças e recordou que no caso de Madeline McCann o Estado já investiu cerca de um milhão de euros, valor muito aquém dos três mil euros gastos na investigação do desaparecimento de Rui Pedro.
Recorde-se que Rui Pedro desapareceu em Lousada a 4 de março de 1998, quando tinha 11 anos. O seu desaparecimento chegou a tribunal e em 2013, Afonso Dias, amigo do menino e a última pessoa que terá estado com ele no dia do seu desaparecimento, foi condenado pelo Tribunal da Relação a três anos de prisão pelo rapto de Rui Pedro, depois de ter sido absolvido em tribunal de primeira instância.
Depois de esgotadas todas as possibilidades legais de recurso, o camionista começou a cumprir a sua pena a 18 de março de 2015, no estabelecimento prisional de Guimarães. Foi libertado a 29 de março de 2017, depois de ter cumprido dois terços da pena.
Apesar de ter sido condenado, Afonso Dias sempre se declarou inocente.