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Da liberdade

Modelo Opiniao

O 25 de abril que se aproxima a todos nos convoca para uma reflexão coletiva. São 50 anos que passam da Revolução que mudou o paradigma do nosso país.

Antes, um país pobre, analfabeto, socialmente injusto, isolado e revoltado, para um país que, não fazendo tudo bem, ganhou esperança, mundo e uma oportunidade única para se tornar mais justo e se desenvolver, a par dos países ocidentais.

É certo que, nesta já longa jornada, em alguns aspetos, nos mantemos atrás dos países mais desenvolvidos, mas, ainda assim, muito à frente da larga maioria dos povos. E sobretudo num aspeto: nas nossas liberdades individuais.

Talvez para muito pareça que esse direito tenha exista desde sempre. Podermos expressar livremente, e até dizer mal do próprio regime livre e democrático em que vivemos. Mas nem foi sempre assim, nem é isso que observamos em muitos países do mundo, nomeadamente nas ditaduras e nas democracias iliberais, cujos governos, apesar de eleitos, castram ou condicionam as liberdades individuais.

Por isso, ao final destes 50 anos, devem novamente fazer uma imersão coletiva naquele que é o maior valor da nossa civilização ocidental, e que Abril nos resgatou: o direito à nossa liberdade individual.

Sobretudo quando assistimos, por dentro das democracias já consolidadas, e tal como em Portugal, a manterem-se ou a emergirem, à direita e à esquerda, quem entenda que as nossas liberdades individuais, tal como certos  direitos fundamentais, possam ser postos em causa, e até limitados.

Importa, assim, neste fechar de um ciclo de 50 anos de democracia, todos contribuirmos para que os próximos 50 sejam de aprofundamento dos valores que alcançámos, e não de retrocesso. Os que fizerem Abril e a democracia merecem-no, mas merecem ainda mais as novas gerações a quem deixaremos o legado da nossa civilização.

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