Paulo Meneses convidou os associados pacenses para lhes comunicar o estado atual do processo de criação da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) no clube e estes responderam enchendo o auditório da Associação Empresarial de Paços de Ferreira.
Acompanhado pela sua direção, o presidente pacense historiou todo o desenrolar do processo desde que na Assembleia Geral de 29 de junho passado foi dado o aval à criação da SAD.
As conversações encetadas com o consórcio detentor do Independiente del Valle (Equador) e o Celta de Vigo (Espanha) – interessado em adquirir 80% da futura sociedade anónima pacense por 10 milhões de euros – foram contínuas nos últimos quatro meses, mas ainda não chegaram a bom porto devido a três exigências que não obtiveram a aceitação do Clube.
O período de exclusividade nas negociações entre as duas partes terminou no passado dia 31 de outubro, mas Paulo Meneses revelou, neste encontro informal com os associados, ter acordado o seu prolongamento por mais quinze dias. Duas semanas que representam a última e derradeira possibilidade de haver acordo com estes potenciais investidores.
As três questões que provocaram a travagem da direção pacense têm a ver com o momento e a forma de entrada do dinheiro no Clube por parte dos investidores, a responsabilidade comum no aumento de capital e também a obrigatoriedade de investimento do dinheiro a receber em infraestruturas (Academia para a formação).
Se estas questões forem ultrapassadas o negócio avançará, se não, os associados serão chamados a decidir os próximos passos a serem dados, sendo certo que a atual direção termina funções no final da presente temporada e Paulo Meneses advoga que o próximo ato eleitoral deveria ser antecipado para março ou abril de 2025.
Presidente do Celta de Vigo foi “desrespeitosa”
As declarações de Marián Mouriño sobre o processo em meados de setembro não caíram nada bem no seio da direção pacense e Paulo Meneses reconheceu que essa falha de comunicação por parte da presidente do Celta de Vigo foi uma “pedra no sapato” no processo.
Recorde-se que Márian Mouriño desvalorizou na altura o processo de entrada na futura SAD pacense. “Estamos a ouvi-los, a ponderar os prós e os contras de ter acordos com outros clubes” e “ainda não entramos na questão da percentagem e dos outros pormenores”, algo que Paulo Meneses considerou “desrespeitoso” para com todo o trabalho tido até então pelas partes e que incluiu minutas de contratos para assinar e troca de demais documentos.
Um mal estar que terá sido ultrapassado em conversas posteriores com os responsáveis do consórcio, a quem foi dado agora mais quinze dias para chegar a acordo nas questões ainda divergentes no processo.