O mercado de crédito habitação conheceu desenvolvimentos importantes em 2024, mas o próximo ano vai também trazer dinamismo ao setor. Em concreto, há 5 tendências que vão marcar 2025 no contexto imobiliário. Analisemos cada uma de forma resumida.
1. As taxas Euribor vão descer ainda mais
O otimismo mantém-se: é muito provável que estas taxas continuem a baixar ao longo do próximo ano. Esta tendência vai traduzir-se em prestações ainda menores no crédito para compra de casa.
Para maximizar este benefício, os consumidores podem optar por uma taxa de juro mista nos contratos que realizam ou renegoceiam. Além de permitir poupar mais, esta escolha confere estabilidade aos orçamentos familiares, sobretudo nos primeiros anos do empréstimo, dado que a prestação é fixa durante esse período.
2. O apoio aos jovens vai ter efeitos limitados
Apesar de estar teoricamente em vigor desde o final setembro, foi dado aos bancos um prazo de 30 dias para formalizarem o protocolo com o Estado e ainda um período adicional de 60 dias para se adaptarem operacionalmente à medida da garantia pública no crédito habitação. Como tal, 2025 é o ano em que esta ajuda se vai fazer sentir na prática.
Contudo, é preciso moderar o entusiasmo. Quem tem entre 18 e 35 anos vai agora poder aceder a um crédito habitação financiado a 100%, mas é importante recordar que esta particularidade vai traduzir-se numa pressão ainda maior sobre a taxa de esforço destes jovens.
Basta fazer as contas: os jovens vão agora formalizar contratos de crédito com montantes de financiamento maiores. No fundo, vão acabar a pagar 100% do empréstimo e não 90%, que é o valor máximo permitido por lei. Logo, vão também enfrentar prestações maiores.
3. Os intermediários de crédito vão ter uma importância maior
O Banco de Portugal vai esclarecer ainda melhor acerca do modo como os intermediários de crédito devem comunicar as suas ofertas e esta clarificação vai ser altamente vantajosa para os consumidores. Como tal, é expectável que os intermediários de crédito tenham um papel ainda mais interventivo no apoio à atribuição de empréstimos a nível nacional.
4. O certificado energético vai ser mais aproveitado
Quanto maior for o desempenho energético de uma habitação, maior será a poupança adquirida e este ganho começa logo quando se formaliza o contrato. Concretamente, um certificado energético que avalia uma casa com classificação A permite aceder a bonificações como, por exemplo, a redução do spread.
Cientes disto, as famílias tenderão a aproveitar os benefícios deste documento, até porque há vantagens paralelas: devido à menor necessidade de climatização, a poupança estende-se também às faturas de eletricidade e gás. Ao final de vários anos de crédito, os ganhos acumulados podem ser de centenas, talvez até milhares, de euros.
5. O preço das casas tenderá a subir
É uma consequência direta dos apoios anunciados para os jovens. Face à medida da garantia pública, o preço médio por metro quadrado vai continuar a subir e a razão é simples: há um apoio a servir como estímulo à procura de casas, quando a origem da crise na habitação está do lado da oferta. Há poucos imóveis à venda e, com a maior procura, vai agravar-se a crise com preços mais elevados.
Estas são, pois, as tendências que vão marcar 2025 no que envolve o crédito habitação.