O Dia Mundial do Doente, embora tenha como origem um cunho religioso, não deixa de ser importante para uma breve reflexão. Infelizmente, só quando ficamos doentes ou precisamos de alguma intervenção mais grave, é que nos consciencializamos que “não sabe bem” estar doente e, dessa forma, valorizamos ainda mais a saúde. Em Portugal, estimativas indicam que cerca de quatro milhões de portugueses (22% da população) têm pelo menos uma doença crónica. Curiosamente, as doenças crónicas são responsáveis por 85% das mortes. Destas, fazem parte as doenças cardiovasculares, o cancro, a diabetes, as doenças respiratórias, entre outras. Sabe-se também, que cerca de um terço de todas as mortes registadas podem ser atribuídas a fatores de risco comportamentais, como uso de tabaco, alimentação excessiva e desequilibrada, álcool, etc.
A maioria das pessoas vive em rotinas automáticas, completamente alheias às consequências das mesmas, apenas focadas nos prazeres imediatos. Esses, frequentemente, englobam comportamentos de risco e mesmo aditivos. Outras, infelizmente por experiência da doença, do medo que esta volte ou se intensifique, procuram comportamentos algo mais saudáveis. E, mesmo assim, nem todos!

Haverá uma outra forma de tratar este assunto? Claro que sim. Mais do que fugirmos à intensificação da doença de forma custosa e com sofrimento, não seria melhor, aproximarmo-nos da saúde de forma alegre e entusiasmante? A prevenção consciente é sempre preferível que optar mais tarde, com efeito limitado (se for a tempo!), uma eventual correção. Está na altura de nos focarmos conscientemente na promoção da nossa saúde. Afinal, não será esse o nosso maior bem?
O termo “salutogénese” foi criado por Aaron Antonovsky (sociólogo) e tem origem no latim “salus” (invencibilidade, bem-estar, felicidade, saúde) e no grego “genesis” (origens). O Modelo Salutogénico de Antonovsky, permite uma perspetiva positiva e proativa da saúde, focando-se nos recursos e fatores que promovem o bem-estar. A forma como cada um interpreta a vida do ponto de vista cognitivo, afetivo e motivacional, está intimamente ligada ao estado de saúde. Assim, é preciso potenciar um “sentido de coerência” assente no entusiasmo de viver e no otimismo. Ao fortalecer esse “sentido de coerência” também se potencia a capacidade de resiliência perante fatores adversos, sendo assim possível melhorar a qualidade de vida e promover um envelhecimento saudável.
Embora não tenhamos controlo na maioria dos determinantes de saúde, num deles, o “estilo de vida”, podemos sempre optar por atitudes/comportamentos promotores da nossa saúde e dos outros. É isso que tem feito conscientemente?
A prática do Coaching Pessoal, sendo por definição uma oportunidade de reflexão profunda, permitirá adotar práticas que potenciem fatores salutogénicos individuais e coletivos. A sua Saúde…merece!
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