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O Dia Escolar da Não Violência e da Paz comemora-se no dia trinta deste mês. O Relatório Anual de Segurança Interna de 2023 apenas dedica duas páginas à Segurança Escolar. Infelizmente, estas permitem concluir que, desde o ano letivo 20/21, o número de ocorrências de natureza criminal têm subido consecutivamente, registando-se um aumento no ano 22/23 de 16.1%. Destacar ainda as 2065 ofensas à integridade física, 1313 injúrias e ameaças, 157 ofensas sexuais e 84 situações de posse/uso de arma. Mais dois indicadores que podem envolver adolescentes/jovens em idade escolar: a criminalidade grupal, crimes cometidos por três ou mais elementos que teve um aumento de 14,6% e a delinquência juvenil, crimes praticado por jovens entre os 12 e 16 anos, com um aumento de 8.7%. Não esquecer que estes dados apenas correspondem aos números reportados à PSP ou GNR. Se estes são os números conhecidos, quantos serão os desconhecidos? Quantos serão aqueles que não reportam as situações por medo, vergonha ou para manterem a imagem ou status da instituição? Facilmente poderemos inferir que estes números pecam por defeito! Claro que o número crescente de ações de sensibilização/prevenção criminal, aproximação das Forças de Segurança ao meio escolar, etc., no âmbito do Programa Escola Segura são fundamentais para que estes números não sejam piores! Mas “algo” não está a ser feito e se está, carece de eficácia, pois as evidências dizem-nos que…não chega!

Não há efeito sem causa e por vezes a causa assume elevada complexidade! Mas, será que se poderia, para estas situações, aplicar o Princípio Pareto? Ou seja, será que conhecer e eliminar 20% das causas implicará uma diminuição de 80% dos casos de violência? Como acredito profundamente no “potencial” (de mudança) do ser humano e da sua tendência inata na procura da felicidade, quero acreditar que sim. Desta forma, há que conhecer os contextos destes jovens! Contextos económicos, sociais, culturais, religiosos, etc. As assimetrias na sociedade, quando exageradas e por vezes sentidas como “não éticas”, criam revolta e potenciam a raiva e a violência! Quais serão as emoções preponderantes daqueles que são desprezados pela sociedade, escravizados no trabalho (por vezes discriminados e não conseguindo trabalho), que vivem em situações indignas para o ser humano? Claro que a prática do mal nunca é justificável…mas, pode ser compreensível! Assim, poderemos questionar, principalmente a quem tem mais responsabilidade sociais, na promoção de uma sociedade mais justa, ética, pacífica, equitativa, etc, se, não estará, esta “sociedade” com as suas assimetrias extremas “e não éticas” a funcionar como uma provocação subliminar. Qual a experiência de vida de muitos destes jovens no contexto familiar / grupo? Quantos crimes experienciaram? Quantos foram obrigados a cometê-los por medo? Quantos os cometeram para salvar a vida? Qual o “mapa” mental desses jovens? Outras situações são possíveis, como aquelas em que os jovens padecem de alguma “perturbação mental”, como a perturbação de personalidade antissocial, etc. Infelizmente, não faltarão outras causas para identificar e, posteriormente atuar.

Decorrente do que foi escrito, serão as meras ações de sensibilização e prevenção de crimes a solução final? Ou mesmo algumas aulas de boas práticas sociais realizadas pelos professores? Obviamente que não. Estas devem, obviamente ocorrer e intensificarem-se, mas como início de um projeto muito mais profundo, de reflexão e mudança de conduta individual (efetiva). Não esquecendo a mitigação de algumas causas já identificadas! É preciso uma Educação verdadeiramente Integral e não meramente focada na componente intelectual/ cognitiva! Há que ir à vivência e promoção diárias de emoções positivas e funcionais (entre todos os agentes educativos) e proporcionar o desenvolvimento da Inteligência Espiritual (provocando um pensamento crítico existencial), onde cada um descobre que a “Felicidade” não é uma ilusão nem uma utopia! Curiosamente, é nesta componente do desenvolvimento pessoal que entra o Coaching, como ferramenta de excelência que promove uma reflexão profunda da vida por parte destes jovens. O Coaching leva-os a criarem planos de vida pessoais felicitários e realistas, direcionando-lhes toda a raiva, insatisfação e energia a focarem-se na busca da excelência do seu Ser. Mas, todos os agentes sociais têm de colaborar, pois não podemos focar nas necessidades/expetativas de realização pessoal se as necessidades básicas de uma vida digna, não estejam garantidas.

A prática do Coaching Educacional, proporciona não só aos alunos uma melhor compreensão de si mesmos e do seu papel futuro na sociedade, mas também aos restantes agentes educativos, nomeadamente professores, reflexões profundas para a melhoria do seu ambiente emocional e mental, contribuindo assim para escolas mais felizes.

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