Decorrente da celebração do Dia Mundial da Saúde Mental surgiram inúmeros seminários alusivos ao tema, um pouco por todo o país. Especialistas e investigadores abordaram esta temática transversal a todo o ser humano, desde as melhores práticas e hábitos para um um estilo de vida saudável, envelhecimento digno e saudável, passando pelos distúrbios mentais e comportamentos aditivos, até à construção de cidades saudáveis, etc. Se toda a investigação e informação é importante, não há dúvida que só o que se implementa, quer a nível individual, social ou laboral é que se traduzirá na promoção de uma melhor saúde mental. E a dificuldade está precisamente aí! Passar à prática. Até chegar a esse nível, cada um de nós deve reconhecer que a sua saúde mental não está “bem” ou permitir passar por um qualquer instrumento de diagnóstico, como o Inventário de Saúde Mental (IMS). Se o cidadão desconfiava que não estava bem, agora poderá ter a confirmação dada por um profissional que não está mesmo bem. E agora? O que fazer? Infelizmente o nosso poder de ação é extremamente limitado para eliminar todos os fatores que produzam distress psicológico. Imaginemos que um dos fatores de “desequilíbrio mental” de um cidadão, é o seu local de trabalho. Infelizmente é uma realidade, pois 80% dos trabalhadores têm pelo menos um fator de burnout na função pública, segundo o Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis! A primeira medida de prevenção aplicada no âmbito da higiene e segurança no trabalho é afastar o “perigo” do trabalhador. Aplicar este princípio neste caso pode não ser tão simples (pelas complicações mais gravosas eventualmente possíveis) e mesmo que ocorra, poderá não ser tão rápido quanto desejado! Então, como resolver a situação?
Curiosamente, a questão um do ISM é: “quanto feliz e satisfeito você tem estado com a sua vida pessoal?” E a questão trinta e quatro questiona: “no último mês durante quanto tempo se sentiu uma pessoa feliz?” Não há dúvida que a perceção de felicidade contribui para uma melhor saúde mental. Mas, e como resolver o problema de um local trabalho “tóxico”? Curiosamente, o tema proposto pela Federação Mundial da Saúde Mental para este ano é precisamente: Saúde mental no trabalho! Vamos então propor uma possível solução. Não deixa de ser curioso que fez dia dezasseis precisamente um ano que Portugal apresentou a nível mundial a primeira norma neste contexto, a “Norma Portuguesa – NP4590 Sistema de Gestão do Bem-Estar e Felicidade Organizacional”, que acompanhei e participei enquanto projeto de norma, no âmbito da consulta pública. Significa isso que é possível (e desejável) que as Organizações de forma séria e consciente, elaborem um Plano de Bem-estar e Felicidade Organizacional. Quem sai como vencedor? A organização, pois estudos indicam que trabalhadores felizes registam 21% mais de produtividade e 22% mais de rentabilidade. Mas, principalmente todos os colaboradores, e em especial o cidadão que constatou que o grande foco de desequilíbrio, local de trabalho tóxico, foi progressivamente “desaparecendo”! e provavelmente as respostas ao ISM passaram a ser muito mais positivas.
O que significa isto? Que todos somos responsáveis pela nossa saúde mental e corresponsáveis pela saúde mental dos outros! Pois somos seres sociais! Existe uma responsabilidade social e ética de promover o bem-estar e felicidade de todos, quer individualmente (como familiar, colega de trabalho, profissional) ou enquanto Organização (pública ou privada).
Através da Prática de Coaching Organizacional, é possível trabalhar a Saúde Mental no Trabalho e implementar práticas conducentes ao bem-estar e felicidade organizacional.
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