Para o mundo cristão, em breve vai-se comemorar mais um Natal. Para que este acontecimento seja verdadeiramente inclusivo, presumo que podemos abordar o seu principal significado, o Amor incondicional. Todo o ser humano, independentemente da sua crença (mesmo a crença de não ter crença) ou cultura, é sensível ao amor, à bondade e à paz. Estes, são requisitos universais que deveriam ser os alicerces da nossa civilização. Infelizmente, nesta época natalícia uma grande parte da população está focada na festa, nas luzinhas, nas árvores de Natal, no Pai Natal e suas vestes criadas pela Coca-cola, nos excessos da comida e respetivos doces, já sem contar com as tradicionais trocas de presentes! Curiosamente, mesmo vigorando em Portugal um estado laico, provavelmente todos os municípios, investem dinheiro público na promoção destas festividades, com mais ou menos retorno! Só Lisboa, Cascais, Sintra, Porto e Gaia gastam mais de dois milhões de euros em iluminações! Num país onde os sem abrigo estão a aumentar e as dificuldades económicas (custos das rendas, casas, alimentação, remédios, etc.) são cada vez maiores…fica algo complicado ver “o nosso dinheiro” alimentar o egoísmo natalício pela dita beleza da festa do consumismo! Claro que, também sabemos, que nesta altura inúmeras associações, entidades e empresas, assim como inúmeros particulares anónimos (alguns nem tanto!) ajudam no serviço assistencial daqueles que mais precisam! Curiosamente, só a existência de tal “assistencialismo” reflete o falhanço da sociedade e do estado português na garantia de uma vida digna a todo o cidadão.
Na impossibilidade de mudarmos o mundo ou mesmo os outros, resta-nos focarmo-nos na nossa mudança. Afinal, caro leitor, por quantos natais já passou? Valorizou mais as luzes, a comida e os doces ou a oportunidade de fazer uma autorreflexão para identificar o quanto evoluiu na prática da bondade, da paz e do perdão? Ao longo da sua vida, as discórdias e os atritos quer na família quer no trabalho têm-se acentuado ou diminuído? Como está o seu nível de vitimização e de reclamação? E o seu nível de paz interna? De que forma aceita acontecimentos indesejados e os consegue superar? Qual o seu contributo social na promoção da Paz? Da esperança?
Assim sendo desejo, a todos os leitores, não o Natal das luzinhas, da alimentação excessiva e com sofrimento animal, mas sim um Natal onde cada um decida tornar-se um ser humano mais pacífico e construtor da paz. Um ser humano que sinta cada vez mais entusiasmo pela Vida e que seja, da melhor forma, testemunho do tal “amor incondicional” que une todos os Seres.
Através da Prática do Coaching, acelere a sua autoconsciência, a sua mudança para um Ser mais pleno, ativo, feliz e participativo na construção de um mundo mais profundo, justo e ético.
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