Com mais de 50 novos infetados na última semana, esta quarta-feira a Câmara Municipal de Lousada afirmou estar “preocupada” com o regresso às aulas presenciais dos alunos do ensino secundário e profissional e reuniu com a Autoridade de Saúde Local (ACeS), com a Autoridade para as Condições do Trabalho e a GNR.
Em comunicado, a autarquia de Lousada referiu que recebeu do ACeS uma explicação: “por detrás deste aumento de casos na última semana está uma elevada capacidade de testagem”, porque o Centro de Diagnóstico Móvel do concelho está a funcionar “de modo exemplar e com resultados em 24h”.
Contudo, a Câmara Municipal também aponta que “existem razões de convivência social e familiar que muitas pessoas não estarão a evitar” e que explicam “em boa parte” o aumento de casos, devido à transmissão entre famílias e vizinhos.
Por outro lado, a Autoridade de Saúde também explicou que as empresas de Lousada e Felgueiras tiveram uma maior “capacidade de adaptação empresarial” e que se reinventaram para a produção de equipamentos de produção individual, tendo sido “as que mais cedo começaram a sair de processos de layoff”, indicou a autarquia.
Concentrando milhares de funcionários, as empresas de Lousada podem ser pontos de contágio de Covid-19, “ao contrário de outras unidades industriais de outros concelhos que ainda não regressaram ao trabalho” ou até encerraram.
Ainda assim, a Autoridade para as Condições do Trabalho informou que “tem feito inspeções às diversas unidades industriais e que a generalidade tem planos de contingência convenientemente adaptados”. Segundo a entidade, os funcionários lousadenses têm o material de proteção necessário e são isolados em caso de infeção, permitindo “às empresas que continuem a trabalhar”.
Autarquia quer manter aulas à distância para alunos que não tenham exames
A reunião com as autoridades locais surgiu da “preocupação” da autarquia lousadense com o regresso às aulas presenciais dos alunos do 11º e 12º ano de escolaridade e 2º e 3º ano dos Cursos Profissionais.
Assim, tendo em conta os dados registados nos últimos dias, a Câmara Municipal apresentou as suas “preocupações e reservas” quanto ao regresso dos alunos que não têm exames nacionais aos estabelecimentos de ensino ao ministro da Educação, à ministra da Saúde e à Direção Geral da Saúde.
Aos olhos da autarquia, que conta também com o apoio dos diretores dos agrupamentos de escolas, “a dinâmica de aulas com recurso a meios tecnológicos está a decorrer de modo aceitável” e deveria ser “continuada” para não colocar em risco a comunidade educativa e, consequentemente, a restante população.
Ainda assim, se as aulas presenciais efetivamente retomarem no concelho, o município lousadense garantiu que as medidas serão seguidas, garantindo ainda “fortes restrições e medidas de higienização dos transportes escolares”.
A Câmara Municipal realçou ainda a necessidade de evitar “aglomerados e convívios familiares desnecessários ou frequência de espaços públicos que não se cinjam ao estritamente indispensável”.
“Acima de tudo, cada um de nós tem que ser o seu próprio agente de saúde pública”, apelou a autarquia.