Os bastidores da política nacional vêm sendo agitados por uma campanha mediática de casos e casinhos no seio do governo liderado por António Costa, que já motivou reações diversas de inúmeros setores da comunidade, dando início a um preocupante exercício de colocar o país a falar de tudo menos do que realmente interessa para o seu futuro e para a vida real dos portugueses.
Prestes a completar o primeiro ano de governação, por entre o denominador comum do mediatismo em torno de ministros e secretários de estado, a opinião pública vai centrando a sua atenção a discutir assuntos que, não deixando de ter a sua relevância de análise, nos afastam do objetivo principal de incentivo e fiscalização a um elenco governativo que deve estar concentrado em desenvolver políticas públicas de reforço da qualidade de vida e sustentabilidade do país.
Importará, no centro desta discussão, refletir se não seria mais pertinente avaliar a prestação do governo em matérias como a saúde, a habitação, as finanças públicas, a mobilidade e a transição energética, recentrando energias na procura de soluções para a viabilização de um futuro mais promissor para as novas gerações.
Face ao já visível afastamento das pessoas em relação à política, fruto de episódios variados que se têm multiplicado nos últimos anos, é necessário valorizar uma estratégia estrutural para áreas fundamentais de uma sociedade justa e equilibrada, nomeadamente na habitação, onde os últimos sinais fazem crer na aposta na sua qualificação, que ganha um ministério independente e uma preponderância ímpar no programa do governo e na canalização de fundos nacionais e comunitários.
Se o PRR já apontava linhas claras da priorização do setor, a intenção do governo de vir complementar esta iniciativa com medidas excecionais, a partir de uma nova legislação que responda às várias necessidades identificadas, a nível da construção, da transferência de ativos para o mercado de habitação e de incentivos fiscais, para a reabilitação e arrendamento, são novas oportunidades para acompanhar o esforços dos municípios, contribuindo para atingir as metas dos 26 mil novos fogos destinados a famílias mais vulneráveis e do reforço da habitação acessível para as famílias e jovens.