O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, disse, em entrevista, que a Conferência dos Oceanos era, acima de tudo, um alerta, uma chamada de atenção aos jovens para o actual problema dos Oceanos…
Como se sabe, durante cinco dias, discute-se em Lisboa, a nossa relação com o mar e mais de 7000 pessoas, de 142 países, falam sobretudo sobre o que o mar nos pode oferecer e como o devemos proteger…
É evidente que o objectivo essencial da reunião em Lisboa é passar das palavras à acção e que não haja apenas um renovar de compromissos que não foram ainda executados. O que sei e espero que assim seja, visa uma declaração final da conferência para delinear uma trajectória para o futuro e, aqui, espera-se que os jovens actuem, acredita-se que serão eles os agentes que hão-de alterar o que vive o presente.
Logo de início, António Guterres, tal como seria de esperar, pediu desculpa à geração que vai “herdar um planeta com problemas” e hoje, nós, os mais velhos, estamos à espera de soluções eficazes para os oceanos…
Sabemos todos também que é urgente promover a ligação clima-oceano e que isso será uma prioridade para os políticos internos e externos… É tudo muito difícil, bem sei, mas também todos sabemos que, se nada for feito, num futuro muito próximo, os problemas serão graves, impossíveis de remediar…
É daqui, naturalmente, que parto para um livro que li recentemente, “Carta à Geração que vai mudar tudo”, de um autor francês, de nome difícil, Raphael Glueksmann, que lembra e alerta para o papel essencial dos jovens no tempo actual.
Filho de um filósofo francês, escreveu vários textos muito interessantes em co-autoria com o pai e hoje é eurodeputado e muito atento aos problemas actuais que o mundo atravessa… Por isso se dirige aos jovens, cheio de esperança, para que estes contribuam para salvar o mundo…
Num livro recente, esse que aproveito para o meu título, cheio de esperança, exorta os jovens a enfrentar os desafios da sociedade actual, lutando contra os fatalismos. Pede-lhes que não se resignem porque, segundo o autor, “ser jovem hoje é ter na mão o poder de pertencer à geração que vai mudar tudo.” Concordo com o autor!
E vai mais longe, pedindo-lhes que não se desinteressem pelo futuro… Que não se resignem. Que não se tornem cínicos e que não sejam velhos antes de serem jovens…
Como referi, o autor do livro em questão é, actualmente, eurodeputado e por isso também salienta ter um só objectivo na Política: “Devolver à democracia a sua juventude perdida, a sua força e a sua beleza.”
O que podemos nós, pedir mais? É isso mesmo o que interessa pedir: Que sejam eles, os jovens, a chave, a única chave que ainda pode mudar tudo.
Quase não consigo escrever mais nada, porque a minha vez já passou… Agora, é deles, a vez! É a hora! A vossa hora!
Sabemos todos de uma verdade muito simples: aprendemos a caminhar, caminhando. E caindo, às vezes…
Por isso é preciso experimentar… É preciso ir… É preciso fazer… Que não se esqueça que a indiferença e a resignação são mortíferas. Que os jovens não se desinteressem pelo seu futuro! Que não se resignem! Porque este é sua vez! Eu ainda conto com eles…
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