Cândido Ribeiro lançou no passado sábado, dia 14 de outubro, o seu primeiro romance, que incorpora uma reflexão sobre questões fundamentais da humanidade e o caminho que esta tem vindo a desenvolver em nome da evolução.
A obra, de pendor histórico – uma viagem entre a vida e a morte, numa espécie de confronto entre a espiritualidade e a ciência sobre qual o papel e responsabilidade de cada indivíduo na sociedade – ganha corpo seis anos após a 1ª edição do autor pacense, este com conteúdo técnico “Organização e Gestão de Obras – Otimizar Resultados”, uma espécie de manual de obra.
Escrever é para o autor “uma forma de não ficar só, de me libertar de momentos de maior isolamento”, enquanto percorre outros hemisférios no exercício da atividade profissional, pela América Central e África, entre outros.
No evento de apresentação, perante um auditório a cheio, que o próprio Jorge Sobrado, Diretor do Museu do Porto e das Bibliotecas Municipais da cidade, fez questão de notar, Cândido Ribeiro aludiu à folha em branco no momento em que iniciou este romance, numa espécie de ode ao desafio da folha de papel, ora “fantástico” ora de “apreensão”, e até o “medo que se instalou”, admitiu o autor, antes de se deixar ele próprio escorrer para o papel que deixava de ser em branco para a seguir “aceitar as letras, as palavras, as frases e ideias, como se nada tivesse a ver com o assunto. Aceitou a razão ou a emoção, a verdade ou a mentira, o bem e o mal, o humor ou sisudez, o amor e o odio, o sim e o não”, disse Cândido Ribeiro no evento de apresentação.
Ficou na palavra de Pedro Olavo Simões, jornalista, coordenador editorial da Revista “Jornal de Notícias História” a rédea de percorrer o enredo, tendo deixado o desafio ao autor para “continuar”.
O Jornalista interpretou um poema de Joaquim Veiga Ribeiro, pai do autor, numa singela homenagem, à qual Cândido Ribeiro deu continuidade ao declamar o poema ‘Brinquedo’, de Miguel Torga, que o pai lhe ensinou aos 8 anos, e que sabe de cor, desde então.
Também António Malheiro, Diretor da Quântica Editora desenvolveu a relação de muitos anos que tem com o autor, referindo que leu o romance com prazer e que este, irá fazer arte das suas prendas de Natal.
Acima de todas as diferenças e crenças, o autor recorre à cidade do Porto para encenação – com toda a sua história invicta, cultura, as suas gentes, bem como os seus jardins e o Douro, o rio que é personagem – para abordar a importância e o papel das religiões e da ciência, tentando recolocar a sua relevância e persuasão na atuação dos dias de hoje, visto que os indicadores evidenciam que não habitamos sociedades mais felizes.
Nesta “viagem” entre a vida e a morte, o autor remete para dúvidas ancestrais. O que faço e quero da vida, para onde vamos e a pós-morte, tomados que estamos pela tecnologia e beneficiando da evolução da ciência, melhor, das ciências.
Cândido Ribeiro utiliza diálogos animados, apontamentos de humor e até suspense, para manter o leitor preso ao enredo histórico.