A Câmara Municipal de Paços de Ferreira pediu uma auditoria externa a todo o processo de construção da ETAR em Arreigada. A garantia foi dada por Humberto Brito, presidente da autarquia pacense, na sessão da Assembleia Municipal que decorreu esta quinta-feira, depois de confrontado por um elemento do público sobre os sucessivos atrasos no processo.
“Porque é que a ETAR não funciona? porque não está a funcionar. É uma verdade de La Palice” começou por dizer o autarca, acrescentado que o município é dono da obra, “mas não somos empreiteiros”.
A declaração de Humberto Brito surgiu na sequência de um pedido de esclarecimento de um município, que recordou os sucessivos atrasos na obra. Humberto Brito explicou que a informação de que dispõe é de que “as membranas têm um problema na filtração da água”, devido à oleosidade das águas residuais.
“As nossas águas residuais têm uma oleosidade diferente das de outros países e por isso foi necessário criar um produto específico no tratamento para a purificação da água no sentido das micro partículas poderem ser limpas”, explicou.
O autarca manifestou-se desagradado com a situação e empenhado em resolver o problema é assegurou que a autarquia tem garantias da retenção de dinheiro na ordem dos 500 mil euros para que a obra fique devidamente concluída.
“Tudo estamos a fazer para que o problema se resolva” frisou, dando nota de que a autarquia pediu uma auditoria externa a todo o processo de construção da ETAR. “Até para não haver dúvidas sobre esta matéria, para perceber se há falhas, quem falhou e o que falhou. Desde o projectista ao empreiteiro, aos técnicos da Câmara e a mim próprio, todos seremos chamados a responder” frisou.
Segundo o autarca, a auditoria à ETAR – “um modelo de última geração que tem um investimento de mais de cinco milhões – deverá ser entregue em breve e há a indicação de que no mês de maio a situação esteja resolvida. “Mas não vou assumir aqui mais nenhuma data”, assegurou, dando nota que que estão a resolver um problema de décadas “que foi ignorado”.