Com a decisão do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) de isentar todas as viaturas de transporte de doentes das corporações de Bombeiros Voluntários do pagamento de portagens, as corporações de bombeiros dos concelhos de Penafiel e Paços de Ferreira vão poupar mais de 20 mil euros por ano.
No concelho de Penafiel, as três corporações de bombeiros existentes, vão poupar por ano cerca de 14 mil euros, poupança esta que será canalizada para outras despesas ou necessidades.
A boa nova, uma reivindicação de anos da Liga dos Bombeiros Portuguesas (LBP) foi recentemente comunicada pelo IMT e foi recebida com agrado pelas direções das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários do concelho de Penafiel.
“Estamos muito satisfeito com esta medida, pois o valor que vamos deixar de pagar poder ser canalizado para outras coisas. E no nosso caso, será uma ajuda para a renovação do parque automóvel”, referiu José Pinheiro, presidente dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, acrescentando que tal decisão vai permitir à corporação poupar cerca de dois mil euros por ano.
Também Arlindo Sousa presidente dos Bombeiros Voluntários de Paço de Sousa, vê com bons olhos esta medida – que vai permitir poupar também cerca de dois mil euros por ano – mas afirma que é preciso mais. “É uma boa medida e estamos gratos, mas ainda é pouco para as nossas necessidades e despesas. Não é isso que nos vai fazer deixar de andar de mão estendida porque somos ambiciosos e queremos mais porque quanto mais tivermos, mais podemos dar aos utentes, assim como dar qualidade de vida aos nossos bombeiros”, referiu.
Para a corporação da cidade de Penafiel, os custos com as portagens, tinha até agora, um investimento bem maior, na ordem dos oito ou dez mil euros por ano. Assim, esta foi “uma boa notícia”. “É uma mais valia muito significativa para as tesourarias de todas as corporações do país e para a nossa também, pois este valor que vamos deixar de pagar vai ajudar-nos a fazer face aos diversos aumentos que têm ocorrido, ao nível do combustível, do gás, da energia, assim como de material associado à proteção e socorro dos nossos bombeiros”, referiu Eduardo Nunes, presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Penafiel.
Já as duas corporações do concelho de Paços de Ferreira vão poupar por ano cerca de sete mil euros, poupança esta que será canalizada para outras despesas ou necessidades.
“É uma boa medida, porque acabaram com um valor que nunca deviam ter cobrado aos bombeiros”, referiu José Carlos Costa, presidente da Associação de Bombeiros Voluntários de Freamunde, para quem “agora foi reposta a justiça aos bombeiros”. Em Freamunde, esta medida vai permitir à corporação poupar cerca de seis mil euros por mês. “Esta valor vai permitir fazer face ao constante aumento do preço dos combustíveis”, explicou o presidente, afirmando, contudo, que “é preciso que se faça mais pelas Associações”, nomeadamente ao nível da atualização do valor pago por quilómetro, “que é pago com base num valor ficado em 2012, no qual não me mexe desde então, apesar dos constantes aumentos a que estamos sujeitos. Isto só num país do terceiro mundo”, lamentou.
Na corporação de Paços de Ferreira, a isenção representa uma poupança de cerca de mil euros, sendo também vista com agrado pela direção da Associação
Esta isenção vai abarcar todas as viaturas são utilizadas não só para o transporte de doentes para consultas, exames ou fisioterapia, como também para a retirada de populações em risco e para transporte de bombeiros para os vários teatros de operações, nomeadamente incêndios.
Na sequência desta decisão, o IMT deu ainda instruções às concessionárias para que procedam “à extinção de todos os processos de contraordenação e de execução fiscal pendentes por falta de pagamento de taxas de portagens” daqueles veículos dos bombeiros.