A biodiversidade global está numa fase “massiva” de extinção de espécies e é preciso “agir em medidas de regenerar e recuperar” o planeta, defende Beatriz Vinha, bióloga marinha, em entrevista ao IMEDIATO. Esta terça-feira assinala-se o Dia Mundial dos Oceanos.
“O que está a acontecer é que estamos a ver ecossistemas cada vez menos complexos, porque têm menos espécies e muitas vezes essas espécies e os organismos dessas são cada vez mais pequenos”, acrescenta.
A cientista pacense considera que a biodiversidade tem um papel importante na preservação da natureza tanto ao nível humanístico como ecossistémico. “Quanta mais biodiversidade, mais saudável está o planeta e o oceano, e mais capaz é de realmente fornecer vida em todos os sentidos”, defende.
Para proteger a biodiversidade, Beatriz Vinha realça que é preciso implementar medidas de conservação que permitam a sua regeneração, como por exemplo, a criação de áreas marinhas protegidas ou a criação de parques naturais no âmbito terrestre, ou seja, “santuários” de biodiversidade que não podem ser afetados pela atividade humana.
Obstáculo na carreira científica em Portugal
Para a bióloga marinha, em Portugal existe precariedade nas carreiras científicas, que “não são tão valorizadas”, sendo o trabalho de um biólogo feito “a partir de bolsas que dão uma certa instabilidade à carreira”, faltando oportunidades de trabalho.
Todavia, a principal dificuldade marcada pela cientista é o interesse económico que “se sobrepõe aos interesses de conservar a biodiversidade e o planeta”. Assim, “muitas vezes são escolhidas formas de atuar que são destrutivas para a natureza devido a interesses económicos”.
Há muitas espécies que são desconhecidas e também a importância destas para a regulação e equilíbrio do planeta. Porém, Beatriz Vinha denota que “os documentários, a comunicação por parte dos media e também o investimento dos governos em planos de comunicação para a biodiversidade tem melhorado muito isso”.
Artigo editado por Ricardo Rodrigues