Esta quinta-feira assinala-se o Dia Mundial da Obesidade. Segundo Conceição Calhau, professora catedrática da NOVA Medical School e investigadora, algumas bactérias que habitam o intestino podem ter um papel predominante na prevenção e tratamento do excesso de peso e da obesidade.
A investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) explica que a microbiota intestinal é constituída por triliões de micro-organismos, entre os quais bactérias, fungos, vírus, em número equivalente às células humanas, e que contribuem para o equilíbrio do organismo.
“Está provado que a microbiota saudável (disbiose) é crucial na regulação de vários processos fisiológicos, entre eles os envolvidos no controlo do apetite”, refere Conceição Calhau”, citada em nota de imprensa.
Alguns dos fatores que podem levar a este desequilíbrio do ecossistema intestinal são, por exemplo, os estilos de vida, a dieta, a atividade física, a exposição a medicamentos, o stresse e a qualidade do sono.
Bactéria Hafnia alvei HA4597 associada à perda de peso
A investigadora, que também é coordenadora da Licenciatura em Ciências da Nutrição da NOVA Medical School afirma que “A bactéria Hafnia alvei HA4597 apresenta-se como um probiótico promissor na gestão de peso, quer em pessoas com excesso de peso, quer em obesos”.
Mesmo quando há exposição a uma dieta obesogénica, que induz o aumento de peso, “a administração crónica de uma bactéria produtora de ClpB está associada à perda de peso, com diminuição da hiperfagia e ativação da lipogénese no tecido adiposo”.
A proteína ClpB é produzida pelas enterobactérias Hafnia alvei. Atua no controlo do apetite, suprimindo a fome, e tem a capacidade de comunicar com os neurónios responsáveis pela sensação de saciedade, ao nível do hipotálamo.
Artigo editado por Ricardo Rodrigues