Uma idosa de 80 anos terá estrangulada até à morte por um filho em Lousada, mas o alegado crime só foi descoberto seis meses depois. O que tinha sido encarado como uma morte natural foi alvo de uma investigação, depois de um neto da idosa, que assistiu às agressões, ter denunciado o caso às autoridades. O corpo da idosa foi exumado e autopsiado e o resultado levou à detenção do filho, um homem de 56 anos, que foi colocado em prisão preventiva após primeiro interrogatório judicial.
O crime ocorreu a 4 de julho do ano passado. Nesse dia, o homem de 56 anos discutiu com a mãe, uma idosa de 80 anos, e a GNR foi chamada à habitação. Acalmados os ânimos, os militares elaboraram um auto de notícia por violência doméstica.
Horas depois, a idosa foi encontrada em paragem cardiorrespiratória e levada para o Hospital de Penafiel, onde acabou por falecer no dia seguinte. Visto a mulher não apresentar sinais de violência, o hospital remeteu o caso para o Ministério Público e este, desconhecendo o episódio de violência doméstica ocorrido no dia anterior e o auto levantado pelas autoridades, dispensou a autópsia e a morte foi apontada como tendo tido causas naturais.
Cerca de quinze dias depois, o neto da vítima e sobrinho do agressor, foi à GNR contar que viu o tio agredir e estrangular a avó. O homem foi ouvido pelo Ministério Público e foi aberta uma investigação e encetadas diligências para apurar o sucedido. O corpo da idosa, que tinha sido enterrada no cemitério de Cristelos, em Lousada, foi exumado em dezembro do ano passado e autopsiado. O resultado da autópsia foi conhecido há dois dias e apontava sinais de morte violenta, o que veio confirmar a denúncia feita pelo neto da vítima.
O homem, que já tinha antecedentes criminais por crimes de desobediência, condução em estado de embriaguez, ameaça e injúrias agravadas, foi detido e presente a juiz para primeiro interrogatório judicial, que o colocou em prisão preventiva, indiciado por um crime de homicídio qualificado.