Seleção / torneio / FC Paços de Ferreira / Estádio Mata Real
Fotografia: IMEDIATO / Ricardo Rodrigues

Fomos surpreendidos com a convocação de assembleia geral extraordinária para o próximo dia 29 onde a Direção pretende que lhe sejam conferidos poderes para transformar a SDUQ em SAD e, como tal, viabilizar o negócio que têm em mãos.

É com grande tristeza que constatamos o acentuar da falta de transparência com que temos sido brindados pelos órgãos sociais do NOSSO clube.

Relembramos que nas assembleias ocorridas desde outubro do ano passado foi assegurado aos sócios que:

– a votação sobre a constituição de uma SAD seria executada como os atos eleitorais dos últimos anos. Ou seja, a votação ocorreria ao longo de um dia inteiro no período da semana;

– a votação seria secreta e não “de mão no ar” ou “urna do sim e urna do não” à vista de todos;

– o Presidente da Mesa da Assembleia apenas se insurgiu quanto à fiscalização do processo de votação secreta e contabilização dos votos;

– previamente à votação da constituição da SAD seriam agendadas diversas sessões de esclarecimento sobre o modelo de gestão;

– previamente à votação seria apresentada a proposta do investidor, a percentagem a vender, o valor da compra, condições de pagamento, destino dessa verba, possibilidade ou não de recompra, em que condições (preço, tempo), direito ou não de prioridade no caso de venda a terceiro, acordo parassocial com todas as suas cláusulas bem como a identidade do investidor.

Deparamo-nos agora, com a convocatória de assembleia para as 14h30 de um Sábado para publicitar um potencial investidor (sem saber se a identidade sequer será apresentada e quanto tempo demorará) e de imediato proceder à votação da constituição de SAD.

Ora, não podemos constatar coisa diferente que não seja a falta absoluta de transparência e atropelo por aquilo que foi decidido pelos sócios e prometido pela Direção e pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral e avalizado em parecer do Conselho Fiscal.

Todos se recordam do parecer do Conselho Fiscal exibido na AG de outubro de 2023 onde, tal como garantia a Direção, era condição que o Clube tivesse a maioria do capital da sociedade desportiva. Aquilo com que nos deparamos hoje é uma situação absolutamente diferente. No entanto, o Conselho Fiscal mantem a sua conivência com a Direção.

A propósito da AG de Sábado, seria da mais elementar razoabilidade permitir que os sócios refletissem, debatessem e se informassem sobre uma proposta concreta, sobre a identidade de um investidor a quem são chamados a votar a entrega da alma do clube.

Não podemos deixar de lamentar profundamente que perante tantas incongruências entre o que foi prometido e deliberado desde outubro de 2023 e aquilo que é apresentado na convocatória o Presidente da Mesa da Assembleia tenha aceitado convocar os sócios nestes termos.

Ao contrário de uma subserviência cega, o Presidente da Mesa da Assembleia só poderia ter recusado a convocatória nos termos propostos.

Os sócios não merecem menos do que a alteração da ordem de trabalhos no sentido de apenas serem apresentadas todas as informações detalhadas da transmissão de parte do capital da hipotética SAD e posteriormente a marcação de outra assembleia para deliberação através de um processo democrático que a todos nos honre pela sua transparência e participação massiva dos sócios, ou seja voto secreto, no nosso estádio num dia das 10:00 às 20:00 horas, que resulte de um escrutínio inequívoco que reflita a vontade dos sócios.

Por isso os sócios devem exigir que sejam cumpridas as deliberações e promessas das últimas assembleias.

A não ser assim, caso seja aprovada a transformação em SAD, esta será a última Assembleia em que os sócios votam deliberações que instruem uma Direção que manda na sociedade desportiva!

Não podemos deixar de relembrar que aquilo que vertemos na nossa comunicação de outubro de 2023 prévia à assembleia está a verificar-se.

Recordemos que o Presidente da Direção apregoou que:

– a ser transformada a SDUQ para modelo diferente a maioria do capital seria do NOSSO CLUBE;

– o investidor não mandaria no clube;

– seriam os nossos termos e as nossas condições!

No entanto, como verificamos na última assembleia, as pseudo propostas apresentadas vão todas no sentido inverso. A vontade desta Direção é entregar a sociedade desportiva nas mãos de estranhos para que façam a gestão como melhor lhes aprouver. Quiçá viajaremos para outro ponto do país como sucedeu ao Vilafranquense (AVS).

O PAÇOS não precisa de ser vendido a um investidor externo, nem condenado a definhar como tantos outros. O que precisamos é de ter órgãos sociais formados por pacenses competentes, humildes, trabalhadores que nos devolvam o orgulho no nosso clube.

Para isso é necessário que todos os sócios compareçam nessa Assembleia Geral e decidam livremente que não querem SAD, querem é uma direção competente.

O PAÇOS ao longo dos seus anos de vida atravessou vários períodos difíceis e nunca deixou de ter uma direção. Sempre surgiu gente capaz e competente para assumir as dificuldades e estamos seguros que hoje não será diferente.

Por Paços, Esforço e Vitória!

José Manuel Moreira Lobo

Fernando Sequeira

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