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Apelo à comparência de todos os sócios

Seleção / torneio / FC Paços de Ferreira / Estádio Mata Real

Fotografia: IMEDIATO / Ricardo Rodrigues

Todos sabemos que o nosso Paços atravessa uma fase muito difícil da sua história. Mas o que é certo é que a história do Paços nunca foi fácil. O nosso clube nunca pôde pagar (ou prometer pagar) tanto como os rivais. E só conseguiu competir com os outros clubes por ser bom pagador, com impostos em dia e salários dos atletas pagos atempadamente.

Só uma gestão muito rigorosa permitiu que o Paços nos últimos 49 anos tenha estado numa das duas divisões principais do futebol português, 24 delas na primeira liga, com classificações relevantes no panorama nacional e internacional.

Fomos agora convocados para uma assembleia extraordinária a propósito do modelo de gestão da sociedade desportiva.

Ao contrário do que se vai ouvindo, não acreditamos que o modelo a propor pela atual direção seja a constituição de uma SAD, mas antes a transformação da SDUQ para o novo modelo aprovado ainda este mês. Este novo modelo prevê que a sociedade desportiva (não o clube) passe a ter um novo sócio (o investidor).

Sublinhe-se que o novo modelo de sociedade desportiva prevê que o clube possa ter apenas 5% do capital da sociedade e apenas uma pessoa na administração da sociedade desportiva.

Este modelo é publicitado pelo Governo e pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) como solução para evitar as insolvências e extinções de cerca de 30% das SAD’s que até à data foram constituídas.

Não acreditamos que as SDQ’s resolvam este problema.

Uma SAD ou uma SDQ não será a solução para os problemas. O Paços não desceu de divisão por não ser uma SAD. Aliás, sem ser SAD tanto o Paços como o Arouca alcançaram as competições europeias.

O Boavista é SAD e tem salários em atraso, o Feirense só recentemente voltou a jogar no seu estádio, o Vilafranquense “desmoronou” e a sociedade desportiva “mudou-se” para a Vila das Aves, o Belenenses teve o resultado que todos conhecem. E tantos outros clubes são o exemplo do modelo de SAD ter levado à sua destruição ou estão, atualmente, perto do abismo.

Um novo sócio da sociedade desportiva do nosso clube, mesmo que minoritário, vai querer sempre mandar e gerir através da administração da sociedade.

Não acreditamos que alguém esteja disposto a depositar uma quantia avultada no nosso clube sem fazer a sua gestão, seja ela direta ou indireta.

Além disso, a introdução deste capital servirá apenas para pagar as dívidas, para fazer face à necessidade atual. É uma solução no imediato mas, se a gestão não mudar, não resolve as despesas do “dia seguinte”.

Por isso, achamos que quer a SAD quer o novo modelo de sociedade desportiva (SDQ) não são resposta às necessidades do nosso clube. Entendemos, como dissemos, que a solução está na mudança da forma de gestão do mesmo.

Assim, pela preocupação com os destinos do clube, pelo amor ao nosso Paços, pelo orgulho que temos por o termos representado, sentimo-nos na obrigação de expressar publicamente a nossa perspetiva e apelamos a TODOS os sócios do Futebol Clube Paços de Ferreira para que compareçam na Assembleia Geral de 03 de outubro.

Por Paços, Esforço e Vitória!

José Manuel Moreira Lobo

Fernando Sequeira

Ex-Presidentes da Direcção e da Assembleia Geral

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