iPFR 760 CULTURA APOTHEUS

Os Apotheus lançaram o seu novo álbum, “Ergo Atlas”, e numa conversa com o IMEDIATO sobre o mais recente trabalho, Albano acredita que “a evolução é evidente, quer do ponto de vista de produção, quer do ponto de vista técnico e da própria qualidade”. “Este último álbum foi gravado nas novas instalações da RedBoxStudios, aqui em Paços de Ferreira, produzido conjuntamente entre a banda e o produtor Jorge Lopes”, acrescentou.

A banda procurou seguir o “universo criado no álbum anterior”, “The Far Star” onde criaram uma narrativa de ficção científica, que continua a ser avançada no “Ergo Atlas”. “Nós queremos criar uma sequela direta e já foi também publicamente dito que virão mais sequelas, o universo não está fechado, a história não está fechada”, referiu o baterista, antes de dizer que a banda quer continuar a fazer “vários discos conceituais”.

Para além do álbum, existe ainda um livro, que está disponível em formato audiolivro também, que serve para aumentar a experiência imersiva no universo que a banda criou: “Ao tirarmos inspiração de Isaac Asimov, o pai da ficção-científica, apercebemos rapidamente que passar para formato de poesia, para tentar ligar as letras com o formato único da escrita musical, ia limitar-nos, então criamos um livro para podermos contar melhor a história”, explicou, antes de acrescentar que “o álbum é uma síntese poetizada do livro que escrevemos, então assim como aconteceu no anterior, vão sair as músicas neste novo álbum e cada um dos nove temas corresponde a um capítulo do livro, também disponível em audiolivro”.

Em relação à ao conceito dos últimos dois álbuns, este conta a história de “um povo que vive bastante oprimido pelas classes superiores, num planeta cuja dificuldade de obtenção de recursos – que já eram escassos, era gritante. Então, um grupo de habitantes que procura a sobrevivência da espécie, em troco de um sistema de vigilância e de controlo sobre as populações, conseguiu financiar-se, para dar prosseguimento à viagem “The Far Star, que surgiu após terem vislumbrado uma ténue, mas esperançosa luz, que poderia albergar vida”.

No entanto, esta tentativa de colonização de um novo país para garantir a sobrevivência dos habitantes comuns acaba mal quando o dispositivo criado para controlo das populações ganha senciência: “O tal dispositivo criado para controlo das populações, o “GODS”, evoluiu e deixou de fazer o que era programado para, começando a absorver todos os seres vivos que lhe apareceram à frente, em todos os universos. Este vilão, que é o sistema da inteligência artificial, é apresentado neste novo álbum, mas nós não gostamos de finais óbvios e final do disco haverá conclusões diferentes e volte-faces nesta aparente jornada maquiavélica da obtenção de toda a vida no universo”, clarifica o baterista.

Quando questionado sobre o futuro da banda, Albano afirmou que a banda gostava de fazer “pelo menos, uma longa-metragem” e que planeava deixar “uma obra interessante para o mundo” até ao final da banda, sempre mantendo a sua imagem e conceito de ficção científica único em Portugal e raro no mundo, que destaque tanto esta banda das restantes no género – algo de que a banda se orgulha.

“Nós somos das bandas mais ecléticas, possivelmente no mundo. Ouvimos tanto Tool como ouvimos Quim Barreiros e acredito que retiramos coisas de todos os estilos que ouvimos, desde o trip hop ao death metal”, afirma “Von Hammer”, acrescentando que é importante continuar a evoluir: “Nós, como seres individuais, não nos enquadramos em nenhum género musical, mesmo a banda é difícil de categorizar cada vez mais. Nós evoluímos com a vida e não ficamos presos num paradigma. E tenho a dizer que ainda só foram reveladas quatro músicas deste novo disco, que vai sair no dia 6, e nas restantes irão descobrir ainda mais discrepâncias na música”, concluiu.

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