Muito se tem falado na distribuição de verbas dos direitos audiovisuais pelos clubes profissionais de futebol, mas até ao momento nada tem passado de estudos, promessas e avaliações políticas da coisa. A Liga já há um ano, pela voz de dirigentes da própria instituição, adiantava alguns critérios que podiam ser válidos, copiando alguns modelos de ligas europeias. Enquanto nada se resolve, a competitividade do futebol português vai decaindo e cada vez mais assistimos a um campeonato entre Sporting, Porto e Benfica e depois os outros. Até Braga e Vitória têm dificuldades de acompanhar o ritmo dos primeiros, embora estejam em plano superior, não só pela forma como são dirigidos, mas principalmente pela extensa massa adepta que os acompanha. À margem de tudo isso, vemos o líder da Liga Profissional a preparar o seu futuro e aproveitando a influência que tem na maioria dos clubes, ser o mais bem colocado para suceder a Fernando Gomes, na Federação Portuguesa de futebol. As notícias sobre a resolução da sustentabilidade no futebol português teimam em não chegar e os clubes estão na maioria prestes a entrar em rotura financeira e nem os investidores chegam para apagar tamanha fogueira. É importante afirmar também que os clubes menores têm contribuído para este estado de coisas, já que a maioria das vezes vota nas assembleias da Liga, nos propósitos dos clubes ricos, não fazendo finca pé na defesa dos seus interesses. Há algumas épocas houve a tentativa de formar um grupo de presidentes com os mais pequenos, das duas divisões profissionais, mas não passaram de intenções e assistiu-se mais a uma luta de quem lideraria esse grupo, do que em resolver os seus problemas. Enquanto não acabarem os “egos” no futebol, muito pouco desenvolvimento estrutural o mesmo futebol terá e temos de nos limitar a apostar quem estre os três grandes vence o campeonato. Há promessas que no final desta época é que vai ser, é que vão surgir as verbas mais avultadas para os clubes e eu como observador, vou esperar sentado numa poltrona, para ficar mais cómodo. Só espero é que nessa altura já não seja tarde de mais e que os passivos cada vez mais volumosos que os clubes sustentam neste momento, não possam ser solucionados a tempo.