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A dança dos treinadores

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Quando eu pensava que com a entrada de sangue novo no dirigismo nacional vinha pôr cobro a algumas situações caricatas no futebol português, constato que afinal estou enganado e que está ainda por descobrir o sexo dos anjos no futebol. Como é possível, à 18ª jornada haver neste momento 12 clubes, dos 18 que disputam o campeonato que já mudaram de treinador? A maneira mais fácil que os responsáveis encontram para justificar os insucessos da sua equipa é a chicotada psicológica. Poucas vezes os treinadores são contratados para cumprir uma estratégia a médio prazo dos clubes, mas antes para obter resultados imediatos e sabe-se que isso traz consequências, não só financeiras, mas também desportivas. Depois entram novos treinadores, quase sempre com novas ideias e com plantéis que não foram eles que os ajudaram a constituir e isso traz consequências, a maior parte das vezes ainda piores. Todos as ligas europeias têm exemplos de mudanças técnicas, mas 12 treinadores à entrada da segunda volta não tem exemplo em lado nenhum. Há mesmo situações em que os treinadores são escolhidos e antes de começar o campeonato, ou duas ou três jornadas depois já têm guia de marcha. Como é avaliada a escolha de um treinador? Quais os objetivos a atingir e com que estratégia se conversa com os treinadores? Atenção que não retiro daqui também responsabilidade de alguns treinadores, que querem é estar a trabalhar e receber o seu ordenado e também não acautelam os pressupostos que referi anteriormente. Depois vemos ainda que alguns técnicos não servem para um determinado clube, mas depois já servem quase de seguida para outro que tem mais ou menos os mesmos objetivos. As subidas e descidas de divisão não podem constituir dramas para os clubes de futebol. Tem que haver sempre quem desce e quem sobe e quanto maior estabilidade houver, quer financeira, quer desportiva, mais rapidamente se pode voltar ao local de partido com o êxito esperado. Senhores dirigentes, pensem bem quando programam a época, que estratégia e objetivos querem atingir e rodeiem-se das pessoas, devidamente escolhidas para que os meios justifiquem os fins. Só assim a estabilidade do futebol português pode ser transversal a todos.

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