O conhecimento técnico-científico e as tecnologias de informação já estão a transformar a silvicultura e a gestão na floresta em Portugal. As vantagens são assinaláveis: maior eficiência na gestão e menor custo nas operações.
Para uma gestão mais sustentável e eficiente dos espaços florestais precisamos de conhecer ao pormenor o uso e a ocupação do solo, os locais mais propícios para as florestas de produção e as áreas de conservação, mas também a propensão de pragas e doenças, os efeitos dos incêndios, e até a qualidade da madeira.
No caminho para a floresta de precisão, o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel tem sido um dos maiores promotores da ciência aplicada à floresta, com uma equipa multidisciplinar que desenvolve a melhor base de conhecimento e informação de apoio ao planeamento e gestão.
“A partir deste conhecimento, e com a colaboração da Área Florestal da The Navigator Company, são desenvolvidas tecnologias e ferramentas aplicadas à silvicultura do eucalipto nas suas diferentes vertentes e fases do ciclo de crescimento”, explica Sérgio Fabres, coordenador da investigação florestal no RAIZ. O trabalho sistemático da sua equipa tem objetivos claros: tornar as florestas mais resilientes, produtivas e diversas, mas também menos vulneráveis a pragas, doenças e plantas invasoras, e mais tolerantes à escassez de água, temperaturas elevadas e baixo nível de fertilidade do solo.
Potencialidades da deteção remota
Aspeto importante do conhecimento que qualifica a gestão são as tecnologias de informação, que o RAIZ utiliza desde 2001. Em 2016, teve início a recolha de dados através de sensoriamento remoto, com recurso a drones, satélites e sensores LiDAR. A deteção remota oferece um conjunto vasto de aplicações na silvicultura e gestão florestal, utilizando tecnologias que facilitam o acesso à informação em tempo útil, com duas vantagens assinaláveis para os gestores: maior eficiência na gestão e menor custo relativamente aos processos tradicionais.
“As imagens de satélite, de aviões e drones fornecem-nos uma visão completa do meio ambiente, o que nos permite mapear e monitorizar variáveis ecológicas e biométricas, como a alteração do uso e ocupação do solo, estimar altura e volume da vegetação, o stock de carbono, número de árvores, avaliar pragas e doenças, a biodiversidade, as propriedades dos solos, entre outras. Estas variáveis são críticas para compreender a dinâmica dos ecossistemas e determinar os potenciais riscos”, adianta o investigador André Duarte, ajudando nas decisões de gestão ao longo de toda a cadeia de valor florestal.
O manancial de conhecimento técnico-científico em silvicultura no RAIZ é disponibilizado, gratuitamente, através da plataforma E-globulus, projeto que visa apoiar e incentivar a adoção de boas práticas de gestão na floresta nacional de eucalipto.
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