A limpeza das faixas de gestão de combustíveis e das matas florestais representa um custo para proprietários e produtores, mas pode originar um rendimento. A diferença está no aproveitamento da biomassa residual da floresta, a carga combustível que todos os anos é acumulada na superfície do solo. Falamos dos resíduos das limpezas de terreno, mas também dos sobrantes da exploração florestal, tais como copas de árvores, cascas, material proveniente de desbastes e podas, entre outros.
A recolha de biomassa é uma prática de gestão sustentável da floresta, que adiciona vantagens, seja o crescimento mais rápido e saudável dos povoamentos, a promoção de modelos de economia circular ou a defesa da floresta contra incêndios. Esta operação induz a criação de postos de trabalho em indústrias que utilizam esta matéria-prima, assim como traduz benefícios ambientais, com a redução das queimadas e o aproveitamento deste material para a produção de biocombustíveis e de energia renovável.
Existem várias alternativas para o proprietário/produtor que decida retirar os resíduos florestais do seu terreno. Pode combinar com os prestadores de serviços da exploração florestal que estes façam a recolha dos materiais, sem custos, porque depois os irão vender a terceiros; pode vender esta biomassa a intermediários ou diretamente às indústrias que a reaproveita em centrais de biomassa (o preço da estilha varia entre os 24 e os 35 euros por tonelada, de acordo com o grau de humidade). E ainda pode entregá-la em centros de recolha, públicos ou privados.
Como recolher a biomassa florestal
O acesso à biomassa florestal considera três operações distintas na exploração florestal. Em primeiro lugar o corte, que utiliza desde ferramentas semi-manuais ou manuais, como as motosserras, motorroçadoras, machados, etc., até aos sofisticados harvesters, ou outras máquinas adaptadas com cabeça processadora.
Segue-se a extração ou recolha do material, geralmente feita de forma mecanizada, com recurso a forwarders, camiões 6×6 ou trator agrícola com reboque florestal e grua. Na sequência deste processo poderá ser feito o estilhaçamento, que transforma ramos, bicadas e outros resíduos em estilha, e cuja principal vantagem é a diminuição dos custos de transporte.
Finalmente, o transporte é efetuado em semi-reboques ou camiões de grande capacidade, preparados para o efeito, com caixas cujo volume varia entre 70-85 m3. Estes veículos podem ser dotados de equipamento específico para facilitar e tornar mais rápida a descarga.
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