9bf2c206 de1d 42b1 8184 ee1c194a8ecf scaled

O Clube de Basquetebol de Penafiel (CBP) celebra este ano o seu 25.º aniversário. Com o basquetebol na base da sua formação, o clube foi crescendo ao longo dos anos e, atualmente, tem bem consolidada a modalidade de ginástica artística, que, a par com o basquetebol, tem dado cartas nas provas da modalidade. O Jornal IMEDIATO, entrevistou Sérgio Rodrigues, presidente do CBP há duas décadas, que nos fala do percurso do clube, mas também dos seus projetos para o futuro.

– O CBP celebra este ano o seu 25.º aniversário. Qual o caminho que tem feito ao longo dos anos?

Pretendemos ser um clube formativo, que promove a participação e a inclusão, que une os jovens, que contribui para a promoção de habilidades pessoais e consciencialização dos valores e integração social.

Ao longo dos anos, o CBP escreveu na sua história feitos que não se apagam e que contribuíram para elevar o nome de Penafiel.

Em termos desportivos, o CBP sempre se conseguiu destacar superando objetivos nas modalidades que fazem e fizeram parte do nosso clube.

Nos escalões de formação de basquetebol, alcançamos títulos distritais e temos nas últimas épocas marcado presença em várias final four das divisões onde competimos, nos mais diversos escalões.

Acresce que, assistimos à partida dos atletas da nossa formação para os patamares mais elevados do basquetebol e, nas últimas épocas temos assistido à convocatória de atletas para participarem nos estágios das seleções distritais e integrarem a seleção da Associação de Basquetebol do Porto.

Na modalidade de ginástica artística, uma modalidade que tem trilhado um percurso notável, o CBP aparece quase sempre nos pódios das competições distritais, nacionais e mesmo internacionais em que participa.

Na presente época, temos que destacar ainda a entrada na I Divisão, na Seleção Nacional B e no Escalão Júnior Elite da nossa atleta Mara Silva, algo nunca antes alcançado.

Continuamos a conquistar diversos títulos a nível distrital, nacional e internacional e, verificamos um crescimento substancial do número atletas, além do exponencial interesse pela modalidade.

– Começou por ser um clube dedicado exclusivamente ao basquetebol, mas que se abriu a outras modalidades.

Ao longo dos vinte e cinco anos de história, o clube consolidou o basquetebol como a sua primeira modalidade de pavilhão.

O Professor Cristiano Moutinho e o Professor Nuno Bessa por conhecerem o CBP e se reverem na forma organizada como o nosso clube trabalhava, consideraram que seríamos a “casa” ideal para receber a modalidade de andebol e para desenvolver o trabalho que haviam iniciado.

Assim, foi com grande espírito de abertura e interajuda que abraçamos o projeto que nos apresentaram em 2005, tendo criado a secção de andebol, uma modalidade que, ao longo dos anos, foi ganhando maior notoriedade, foram alcançados diversos títulos e resultados dos quais nos orgulhamos.

Existiu um aumento exponencial do número de atletas praticantes e, naturalmente, a secção alcançou a estabilidade e o sucesso pretendido e, em 2010, os atletas e treinadores entenderam que estaria na altura de criarem um Clube autónomo e independente e não podíamos opor-nos a essa pretensão.

– No basquetebol, teve inúmeras conquistas, e chegou mesmo a disputar a principal Liga Portuguesa de Basquetebol. Foi um momento importante da história do clube?

Foram épocas épicas que pessoalmente recordo com especial saudade.

Vencemos a primeira Taça da Federação da Proliga em 2010, e conseguimos uma subida histórica à Liga Portuguesa do Basquetebol nessa época memorável e saudosa.

Fomos vice-campeões da Taça de Portugal na época 2010/2011, alcançando um meritório 5.º lugar na fase regular da Liga Portuguesa de Basquetebol na mesma época.

Ficou a nostalgia pela certeza que mais poderia ter sido feito pela continuidade nestes patamares de elevada exigência e responsabilidade, mas não tínhamos estrutura financeira, nem apoio que permitisse essa mesma continuidade e desistir foi a atitude mais sensata na altura.

– O clube passou por algumas dificuldades, estando agora novamente com um projeto estável e em crescimento. O que esteve na origem destas dificuldades?

De facto, após a tomada de decisão pela desistência da Liga Portuguesa de Basquetebol o clube atravessou um momento algo perturbado a nível financeiro.

Mas, tudo foi resolvido internamente na época seguinte (2011/2012), com base no mecenato desprovido de qualquer interesse pessoal, mas, antes motivado pelo amor imenso à instituição CBP, pelo sentido de responsabilidade e pelo orgulho pessoal fruto de pessoas bem formadas, de uma entrega e dedicação ímpar, o clube nunca deixou de promover a prática do desporto e continua com o seu papel formativo e interventivo na sociedade desportiva.

Convém explicar aos menos atentos que o que alcançamos com pouco, outros a gastar milhões, época após época, ao longo de décadas, nunca o alcançaram.

Numa primeira época, o campeonato é preparado para um determinado tempo, mas a saga de vitórias alcançada pela equipa liderada pelo Professor Valentyn Melnychuck na época 2009/2010, na Proliga, levaram-nos inevitavelmente a outro patamar, o que obrigatoriamente acarretou despesas não previstas inicialmente.

A solução então para não existir derrapagem das contas do Clube, seria ordenar ao treinador e aos jogadores que perdessem os jogos, mas isso não faz parte do meu ADN, nem do clube, nem de quem é minimamente bem formado e sabe para onde quer caminhar na vida.

Isso seria defraudar todos os princípios éticos e formativos que lutamos por ensinar e incutir nos nossos atletas e que são o lema do CBP, valores como honestidade, hombridade, seriedade, entrega, disciplina e atitude.

Sempre pensamos que seríamos mais apoiados, mais reconhecidos.

– Mas deu a volta a este momento mais difícil?

O CBP passou um momento menos bom no seu percurso, mas, cujas repercussões nunca afetaram os nossos atletas de formação. A estabilidade diretiva dos 20 anos de presidência desta direção e a união que a mesma mantém com toda a equipa técnica, permitiu superar, com maior ou menor dificuldade, as adversidades e, permitiu-nos criar bases ainda mais sólidas.

– O Clube tem também agora a modalidade de ginástica. O que tem sido feito neste campo? É uma aposta ganha?

Sem qualquer dúvida, a ginástica é uma aposta de sucesso.

Em setembro de 2015, o nosso Clube passou a integrar a modalidade de ginástica artística, tendo procedido à sua filiação na Federação de Ginástica de Portugal e fazemos parte dos Clubes da região norte agregados pela Associação de Ginástica do Norte.

O departamento de ginástica do CBP surge na sequência da extinção de um departamento similar da Casa do Pessoal do Hospital Padre Américo.

Foi com muito gosto que acolhemos a modalidade e que trabalhamos com o intuito de responder aos anseios e objetivos destes atletas e treinadores tão esforçados e empenhados.

Para além da aquisição e aperfeiçoamento de competências motoras, esta modalidade ajuda, as crianças e jovens, no desenvolvimento das competências mentais tal como a concentração e o foco. Sendo uma modalidade muito completa para o desenvolvimento físico e intelectual das nossas crianças.

Na época em curso, aceitamos ainda o desafio de integrar a modalidade de ginástica rítmica e estamos muito satisfeitos pela procura sentida e pelo trabalho que vem sendo desenvolvido, sendo que entraremos também nesta competição logo que possível.

– Quantos atletas tem o clube?

Na ginástica, temos aproximadamente 120 atletas, desde os dois anos até aos escalões seniores, em masculinos e femininos. No basquetebol são aproximadamente 175 atletas desde crianças até seniores, também masculinos e femininos.

– Quais os projetos para o futuro?

Continuar o bom trabalho que vem sendo desenvolvido nos escalões de formação de ambas as modalidades, preparando os nossos atletas para alcançarem o topo da pirâmide em patamares de excelência. Continuarmos a profícua e valiosa parceria com o nosso Município, no desenvolvimento sólido das nossas modalidades, melhorando as condições de treino, cada vez mais exigentes.

No que respeita à ginástica continuaremos a reunir todos os esforços no sentido de dotar o pavilhão de Santiago, afeto à modalidade, de condições cada vez mais capazes.

No que concerne ao basquetebol, gostávamos de fazer regressar a modalidade de basquetebol à nossa casa, a casa que sempre foi do CBP, o Pavilhão Municipal Fernanda Ribeiro pois, é neste mítico pavilhão que sempre jogamos, sempre foi a nossa casa.

Subscreva a newsletter do Imediato

Assine nossa newsletter por e-mail e obtenha de forma regular a informação atualizada.


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *