Uma mulher de 84 anos, de Penafiel, foi burlada por uma terapeuta desempregada e pelo filho desta e ficou sem 177 mil euros em 13 dias. A idosa morreu em agosto deste ano e mãe e filho estão a ser julgados no Tribunal de Penafiel pelos crimes de burla e branqueamento de capitais.
O caso remonta ao início do ano de 2017, altura em que a idosa, viúva desde agosto de 2016, foi colocada aos cuidados de uma terapeuta desempregada, residente no concelho de Penafiel, enquanto aguardava uma vaga no lar da Misericórdia de Paredes.
Em janeiro de 2017, a idosa mudou-se para casa da cuidadora, que receberia 700 euros por mês pelos serviços prestados. Segundo a acusação do Ministério Público, mãe e filho aperceberam-se que a idosa não dispunha de “outras pessoas que a valessem, que era alguém muito carente de atenção e delineou um plano visando apropriar-se de todo o património”.
Treze dias depois, mãe e filho levaram a idosa a um cartório notarial e, na presença de duas advogadas, conseguiram persuadi-la a fazer um testamento e a assinar uma procuração que fazia do jovem o seu exclusivo herdeiro e a quem dava autorização para movimentar as suas contas.
“Os arguidos convenceram Maria que eram muito amigos seus, que a sua intenção era ajudá-la e que, por isso, dela tratariam e cuidariam até ao resto dos seus dias”, lê-se na acusação.
Nos dias seguintes, o filho da terapeuta, um jovem de 21 anos, retirou todo o dinheiro das contas da idosa e apoderou-se de joias que esta detinha. “Obtido da vítima o dinheiro que possuía, assim como as joias, em dia não concretamente apurado de maio ou junho de 2017, os arguidos levaram a ofendida até à residência de Carla R., tendo-a aí deixado aos cuidados desta e sem sequer dela se terem despedido”, pode ler-se na acusação.
A burla foi depois descoberta pela idosa, faleceu em agosto deste ano. A sua sobrinha, apresentou queixa e a cuidadora e o filho estão agora a ser julgados pelo Tribunal de Penafiel.