Saudade/Contra o medo… esperança!

Volto a sentir vontade, que me parece útil, para falar sobre avaliação. O que é? Para que serve? Como fazer para avaliar com rigor. O maior rigor possível!

Mesmo que durante décadas eu tenha estudado seriamente o assunto e tenha posto em prática esse conceito com a maior seriedade possível, hoje continuo a dar conta das dificuldades que se sentem e, também por isso, naturalmente, eu continuo a avaliar…

Muito do que dizem os livros é posto em prática mas também se deturpa muito do que deveria ser feito. E tanta coisa que fica por fazer e por registar…

Esmagados pela burocracia, pouco motivados, a maioria dos professores não lê, não estuda para depois ensinar. Menos ainda para avaliar. Esquecem-se ou não querem saber que uma avaliação pode marcar para a vida e, atenua-se o rigor que deverá ou deveria marcar a tarefa da avaliação.

Bem sei que não vou inovar ou descobrir a fórmula mágica a usar para que se avalie com rigor mas, há algumas regras, etapas ou princípios para medir e analisar os resultados da aprendizagem. Quer queiramos ou não, essa tarefa, esse objectivo continua a ser imposto à vida na Escola. Por mais vontade que o Professor pretenda fazer crer que o principal objectivo das aulas, de todas as aulas, seja sempre ajudar a aprender, nunca será possível colocar totalmente de parte a necessidade de atribuir classificações no final de cada ano ou de cada período. Essa quase imposição continuará a erguer-se como uma espécie de barreira e, também por isso, perde-se muitas vezes o entusiasmo, a naturalidade do ensino. Continuo a reconhecer que a imposição de avaliar, sobretudo nos anos terminais ou nos de acesso ao Ensino Superior, cria maiores inquietações e dificuldades, algumas provocadas pelo espírito competitivo mais ou menos acentuado e pelas contínuas dificuldades que se erguem também para os professores. Por outro lado, com alunos exigentes e bem preparados, os professores, eles próprios,vêem-se obrigados a elevar o seu nível de conhecimentos e, consequentemente, se há alunos que brilham, alguns professores são quase levados a brilhar também. E ganham com isso!

Mesmo reconhecendo que a tarefa de avaliar continua a ser difícil, é evidente que não se pode falar de avaliação sem definir o primeiro passo que é a planificação, a definição clara de objectivos do ensino e sempre, o entusiasmo e a capacidade dos docentes para transmitir todos os conhecimentos que serão para avaliar.

Então, o que é a avaliação? E para quê avaliar?

É uma tarefa difícil e contínua, sistemática, que permite detectar em que medida todos os objectivos estabelecidos foram atingidos. A avaliação deverá sempre ser contínua e não se deverá relacionar apenas só com o final  de um ano, de um curso ou uma unidade de ensino. É um processo sistemático, que não se coaduna com a observação ocasional dos alunos e, nunca, a soma das notas dos testes a dividir por dois ou por três… Na mesma medida, será sempre evidente o carácter cíclico e contínuo do processo avaliativo. O processo da avaliação orienta-se sempre nas finalidades da educação e formação, nos objectivos e estratégias a realizar, na observação do empenho e comportamento dos alunos, nos resultados dos testes, na auto-avaliação do aluno, nos progressos e condições para melhorar o processo de ensino-aprendizagem. No papel do Professor que é mais ou menos rigoroso, mais ou menos capaz de colher o que antes semeou…Disto tudo, daquilo que observo e do que aprendo com o que continuo a estudar, não sei se o actual modelo serve para seleccionar os mais capazes. Alunos e Professores…

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