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A ideia do copo meio cheio ou do copo meio vazio, é muitas usada como metáfora para entendermos que a forma como encaramos um acontecimento, pode ser determinante na nossa percepção de bom e de mau, de certo e de errado, de sorte ou de azar.

Podes optar por ver a nuvem que tapa metade do sol ou a metade do sol que espreita por de trás da nuvem.

Nem sempre é fácil conseguir ver o sol, aliás, por muito que este brilhe, o cinzento da nuvem é para nós mais identificável, que a luminosidade do sol que tende a ofuscar-nos.

Muitas das nossas angústias ou sensações de injustiça seriam sanadas se conseguíssemos espantar-nos com os raios de sol que nos são concedidos, vislumbrando subtis arcos-íris, ao invés de ver apenas ameaça de chuva a cada nuvem que passa.

Que bom seria que esta atitude perante a vida fosse fruto de uma receita, de uma vontade. Mas não, não é assim fácil ter uma visão colorida das nossas vidas. Não é fácil porque somos ávidos de acontecimentos grandiosos e de resoluções perfeitas e o Universo teima em dar-nos muito mais acontecimentos duros e ruins, que a benesse de sermos bafejados pelas idílicas fantasias dos contos de fadas.

Conscientes de que o mais certo é sermos fustigados por dramas diários, somos desafiados a um processo de aceitação e de uma compreensão de não exclusividade, porque o normal é acharmos que apenas caem sobre nós estas desgraças.

Depois deste processo de resignação, resta-nos um esforço hercúleo para equilibrar a balança. Tendo como garantido o que recebemos de mau, sobra-nos cumprir uma incessante busca de coisas boas para a nossa vida, porque ao contrário do ruim que nos chega por defeito, o bom que recebemos necessita de proatividade.

Esta deverá ser a nossa grandiosa missão.

Despertar em nós o assombro pelo belo e encontrar um raio de sol em cada momento duro da nossa vida. E esse raio de sol estará certamente presente num sorriso de uma criança que se diverte num baloiço, no pássaro que ouvimos chilrear e que alimenta a sua cria, na suave cadência das águas de um rio que fluem entre as pedras do seu leito, o crepitar de um lume sereno numa lareira cujo o calor nos acaricia a alma, o pregão de uma vendedora numa banca de peixe que nos desperta para a imensidão dos mundos, um cachorro exaurido que persegue a sua própria cauda.

Fazermos das pequenas coisas grandes dádivas, será provavelmente a receita para que vejamos sempre em primeiro lugar o sol e não a nuvem!

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