Se esta crise pandémica não for travada a tempo de deixar entre os vivos alguns idosos, gente de meia idade e até mais jovens, o país não vai ter quem trabalhe o ferro e amanhe a terra, dentro de algumas luas que andam pela escuridão sem brilho. Com tal crise a subsistir e até a teimar que veio para ficar, obrigará a gente a por pés ao caminho e procurar sustento noutras paragens que nos admitam ou de nós precisem.
É certo que a crise não está só por cá e ela estende os seus tentáculos e pode apanhar-nos mais além por terras de Espanha e outras. Uma vez que “este parte, aquele parte e todos todos se vão”, o país e a Galiza ficam sem homens, que possam cortar e colher o pão de que tanto necessitamos. Cada vez somos menos e pouco criativos para arrefecer este caldo em que estamos mergulhados.
As medidas tomadas têm a força e o resultado.que todos ouvimos e lemos no dia-a-dia e são pouco animadoras, e obriga-nos a mil cuidados e não deixa vislumbrar boa saúde. Se tal crise continuar, resta-nos apelar aos imigrantes que andam por aí disfarçados de trabalhadores subsidiados e permitir que venham mais e mais, já que o Orçamento mesmo que chumbado no Parlamento-arco-íris e a barrotar de soluções, há de chegar para distribuir por todos e para mais alguns ainda deitar a mão já rica de tão estendida em épocas de governação-rega-bofe.
Os discursos que se elevam no Parlamento têm em conta os “pobrezinhos que chegam por mar e por terra, recebidos com “amor-e-caronho” esquecendo os velhos miseráveis que vivem por cá a esmolar há séculos, e mais a dívida contraída com os ex-militares que fizeram a Guerra no Ultramar e a quem chamam “combatentes”. Estes deserdados sem eira nem beira, desde o seu regresso daquelas paragens africanas, vão continuar a não saber berrar pelo que lhes é devido como o souberam e fizeram os ex retornados hoje bem instalados e caladinhos, conseguido o pretendido e que lhes foi dado segundo as reivindicações feitas desde o Terreiro do Paço.
Hoje continuam depauperados e sob a côdea dura os que não berram em manifes justas mas debilitadas porque o desânimo tomou-lhes o lugar e os governantes não lhes “passam cartão”, nem para levantarem uma qualquer refeição numa cantina junto a um qualquer posto de vacinação para a fome.
Para os “actuais chegados de d´outras paragens”, a esses é-lhes dado tudo e até bom emprego sem salários em atraso. Por isso também estes não fazem nem precisam de fazer “ondas” no Terreiro do Paço, embora o possam fazer numa outra língua que será bem interpretada pelos governantes de meia-tijela que dizem que cuidam de nós. Preocupados até mais não, mas a culpa é da “pandemia” que sorrateiramente anda de pobre em pobre por barracos e aposentos melhorados com as reformas que os subsidiam e sustentam até caírem para o lado já sem dentes e o caldo frio!
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