A Comissão Nacional de Eleições (CNE) descreveu como “censurável” o comportamento da Junta de Freguesia de Lordelo ao recusar a cedência de um espaço para a realização de um evento da CDU com as candidatas da região à Assembleia da República.
“A comissão reafirma que as entidades públicas devem providenciar no sentido de ceder os espaços que gerem às candidaturas que manifestem interesse na sua utilização para efeitos de campanha eleitoral, não colhendo a argumentação aduzida pelo presidente da Junta de Freguesia de Lordelo e, por isso, considera censurável o seu comportamento que configurou um claro desrespeito pela orientação que lhe foi transmitida pela entidade competente”, lê-se na deliberação da entidade, a que o IMEDIATO teve acesso.
Em reunião plenária, realizada na terça-feira, a CNE acrescentou ainda que a “eventual cedência do mesmo espaço a outras candidaturas no âmbito do mesmo processo eleitoral é suscetível de configurar violação do dever de imparcialidade”.
Recorde-se que, no passado domingo de manhã, a CDU promoveu uma ação à porta da Junta de Freguesia de Lordelo para abordar a atual situação do Rio Ferreira. A intenção era realizar o evento no interior da sede da Junta, mas o pedido não foi aceite pela entidade.
Ao IMEDIATO, a delegada da coligação no Vale do Sousa, Cláudia Santos, explicou que primeiro pedido foi feito com uma semana de antecedência e, após recusa da Junta de Freguesia, o caso foi prontamento remetido à CNE, que reforçou a necessidade de abrir o espaço público para a realização do evento político. Contudo, no dia da ação, as portas da Junta de Freguesia encontravam-se fechadas.
Contactado, o presidente da Junta de Freguesia de Lordelo, Nuno Serra, confirmou a receção do pedido da coligação e do contacto da CNE, mas invocou “falta de recursos humanos” para conseguir aceitar a solicitação, afirmando ser impossível, mas necessária, a presença de um elemento da Junta no local devido a particularidades do edifício.