Aide Concurso Gastronomico

O Restaurante Aidé venceu o XVI Concurso Gastronómico do Capão à Freamunde. O restaurante, situado cidade de Paços de Ferreira, sucede assim ao «O Marceneiro», que conquistou a última edição do concurso, realizada em 2019, e que este ano ficou posicionado em terceiro lugar. Já «O Tarasco», de Figueiró, recebeu o segundo prémio da competição.

Este concurso é, desde a sua génese, organizado pela Associação Juvenil Ao Futuro (AJAF). O atual presidente da entidade, Carlos Costa, lamenta que não tenham existido tantos estabelecimentos aderentes como em anos transatos, mas destacou o aumento da qualidade dos pratos a concurso. “Este concurso foi uma Champions League”, afirmou.

Para o jovem dirigente, o facto de ao longo dos últimos anos terem existido diferentes vencedores do concurso é positivo e demostra a “imparcialidade do júri”, que junta figuras de calibre na gastronomia nacional.

“Atualmente temos restaurantes de todo o concelho e sinceramente espero que no futuro participem também de fora do concelho e do próprio distrito. Desafio os embaixadores a que se atrevam a tentar ganhar, ou pelo menos participar no concurso“, afirmou Carlos Costa, que anunciou também o fim do seu percurso enquanto presidente da AJAF.

Aos presentes, o presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Humberto Brito, recordou uma das suas primeiras intervenções políticas, há nove anos, no jantar de gala do concurso. “Desde então quisemos que este fosse um jantar democrático e aberto à comunidade, não apenas para um grupo exclusivo de pessoas e isso deixa-me satisfeito e feliz”, disse.

Aos olhos do autarca, a iguaria tem “evoluído muito” nos últimos anos, sendo o mérito dos “muitos homens e mulheres que contribuíram para que hoje o Capão à Freamunde seja uma grande imagem de marca do concelho”, destacando o papel do cidadão honorário Fernando Gil Melo, que há mais de uma década abraçou a iniciativa.

O gastrónomo e jornalista reconheceu a dificuldade em escolher um vencedor entre os vários concorrentes, mas sublinhou que o modelo do concurso, que considera ser “despido de opiniões particulares e assuntos externos”, traz justiça e respeito à iguaria.

Para Fernando Gil Melo, o corpo de embaixadores que divulgam a iguaria pelo país são também uma “importante parte” da Semana Gastronómica, já totalizando mais de cinquenta efetivos. “Este cargo não é meramente honorário, estas pessoas implementam o capão ao longo da sua vida profissional em várias zonas do país. E vamos fiscalizá-los”, brincou o cidadão honorário de Paços de Ferreira.

Conheça os novos embaixadores do Capão à Freamunde:

  • Lídia Braz, restaurtante Stramuntana, em Vila Nova de Gaia;
  • Paulo Rodrigues, Rei dos Leitões na Mealhada;
  • Júlio Fernandes, vice-presidente da ARESP;
  • Manuel Moura, fundador da confraria das Tripas à Moda do Porto;
  • Anselmo Mendes, énologo;
  • Paulo Queirós, do Restaurante Cordel Maneirista, de Coimbra;
  • Victor Felisberto, com restaurante em Abrantes;
  • Zahari Markov, do restaurante lisboeta The B. Temple

Meta é vender capão “todo o ano e para todo o país”

“Esta iguaria tem trazido cada vez mais pessoas a Freamunde e ao nosso concelho. Tem ajudado a potenciar a economia local e, simultaneamente, projetado o nosso território a nível nacional. Hoje temos chef’s embaixadores de todo o país (…). Esta semana e este jantar promovem o que de mais emblemático a cidade de Freamunde e o concelho têm a oferecer a quem nos visita”, considerou Arménio Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, na sua intervenção aos presentes.

Para o autarca de freguesia, a classificação de Freamunde como Indicação Geográfica Protegida (IGP) dá garantias da qualidade e genuinidade dos animais, mas significa também “maior responsabilidade” para os envolvidos. “Esta certificação vem acelerar a urgência da sala de abate, que vai ser uma realidade a curto prazo. Os consumidores passarão a ter a garantia de que estão a consumir um produto genuíno supervisionado por técnicos competentes, com toda a higiene e segurança”, afirmou Arménio Ribeiro.

O presidente da Associação dos Criadores de Capão à Freamunde, Ricardo Graça, começou por homenagear, no seu discurso, todos os produtores do galináceo que “faça chuva ou sol” – e mesmo em pandemia – continuaram a trabalhar em plenitude, não deixando a tradição cair ao criarem os animais em conformidade com os costumes ancestrais.

Para o dirigente, a sala de abate é o próximo passo para tornar um produto “do povo” ainda “mais nobre e com valor acrescentado”, abrindo novos mercados, compradores e possibilidades para o futuro: “poder ter capão todo ano e para todo o país” é o objetivo.

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