Foram recentemente comemorados o Dia Internacional da Tolerância e o Dia Mundial da Bondade. Se tolerância pode existir sem a bondade, o inverso não é possível. Os relacionamentos interpessoais, essenciais na vida humana, sempre foram foco de tensões mais ou menos intensas. O contexto familiar é por excelência exemplo disso, basta verificar, infelizmente, os níveis de violência doméstica que ainda ocorrem. Segue-se depois o contexto profissional, onde os riscos psicossociais estão sempre presentes. Tolerar o outro não é tarefa fácil! Nesse sentido, podemos criar três níveis de tolerância com o outro…ser:
No primeiro, há uma total ausência de tolerância. Quando tal ocorre, estamos já na prática da violência verbal e/ou física! Aliás, a não tolerância vai para além do contacto com o ser humano, estando também presente no relacionamento com os animais que por mera casualidade estão “no lugar errado à hora errada”.
No segundo nível, provavelmente o mais representativo, ocorre quando já existe tolerância, mas sem bondade. Tolera-se o outro, mas com algumas reservas. Não se apresentam níveis de violência verbal nem física, apenas frequentemente, violência mental. Nos seus pensamentos estão a criticar o outro (não tendo coragem para o verbalizar) e têm sempre presente a regra “tolero-te mas não te estiques”! Tolera-se o outro que é homossexual, de outra crença religiosa, de outro clube ou partido, mas não convém “aprofundar” estes temas! Claro que este nível é infinitamente melhor que o anterior permitindo, relações interpessoais estáveis, não necessariamente felizes e sempre dentro de algum nível de tensão mental.
Por fim, no terceiro nível, temos o valor mais intenso de tolerância. E esta só pode existir quando intimamente estiver associado à bondade. Este nível ainda é pouco representativo! É quando elevamos a tolerância ao nível da aceitação. Aceitamos o outro tal como ele é. Assim, Aceitar => Tolerância + Bondade. Já não importa o que o outro é, as “crenças” que segue, desde que isso o faça feliz. Pois quem é feliz, permite e promove a felicidade dos outros! Só neste nível poderemos promover a paz, fraternidade, cooperação e o amor. Só neste nível, o tal “amor incondicional” se expande e transcende para além da humanidade e abrange tudo e todos os Seres. Este deveria ser o nível evolutivo a que todos deveríamos aspirar.
Nesse sentido, torna-se urgente que cada um faça um ato de profunda reflexão e analise as suas resistências para aceitar o outro. Mas, muito provavelmente, antes de dar tal passo, terá primeiro de se aceitar a si, com tudo o que passou, pensou, sentiu e fez!
Algumas questões necessitam da sua resposta:
Qual o nível de tolerância a que frequentemente pertence?
Quem são aqueles que tem mais resistência em aceitar?
Que poderia fazer melhor?
(…)
Através da Prática do Coaching pode trabalhar as “resistência internas” para que aumente o seu nível de tolerância ou aceitação. Quando aprender a aceitar-se a si mesmo, aceitar o outro será infinitamente mais simples.
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