“Hoje é um dia feliz para nós penafidelenses, porque mostramos que sabemos honrar as memórias que outros nos deixaram. E se queremos ser dignos deste passado que temos e do qual nos orgulhamos, então temos que ser capazes de cuidar do nosso património”.
Copiamos este texto de um jornal que já não conseguimos identificar. Partimos do princípio de que tudo o que transcrevemos foi efetivamente proferido, caso assim não seja deixamos desde já, aqui, o nosso pedido de desculpas.
Pelo que sabemos este extrato fez parte de um discurso do Senhor Presidente da Camara de Penafiel, no dia de Corpo de Deus, aquando da inauguração (?) do Recreatório Paroquial de Penafiel. Mais se escrevia no dito texto que a requalificação fora orçada em 417 mil euros… e também se referia que se dava nova vida a um edifício com quase 700 anos (aqui estamos quase seguros de que há um lapso neste número…).
Destacamos ainda do texto outra (supomos…) citação: “(…) Agora o importante é ‘reapropriarmo-nos’ deste espaço porque ele é de todos os penafidelenses (…)” e ainda, não necessariamente na sequência: “(…) E, por isso, foi com grande entusiasmo que, em 2017, conseguimos celebrar um protocolo (…).
Tudo música para os meus ouvidos… e não será, seguramente, só para os meus ouvidos!
Mas os ouvidos são uma das formas como comunicamos com o mundo… também o são os olhos… e veio-me logo à memoria o que o Senhor Presidente da Camara de Penafiel (ou alguém seguindo instruções suas) me escreveu quando lhe propus a oferta de um legado que herdei de minha mãe. Não era o que estava lá escrito, mas era o que lá se dizia: “Não queremos!”.
Será que na cidade gastar mais de 400 mil euros dá mais importância à obra que uma outra coisa (que não é assim tanto “uma qualquer outra coisa” …) gratuita, mas numa freguesia do concelho?
Sim, eu sei que já aborreço até o último (o mais persistente) dos meus leitores com este assunto! Peço desculpa… mas não me sai da cabeça como é que um Museu pode, sem mais, recusar a oferta de um legado! Um legado que mostra a vida quotidiana da população de Abragão, Luzim e Vila Cova, no período de umas décadas de mudanças significativas no país e no mundo! Pedirei desculpas e voltarei a pedir… mas preciso de compreender. E é só isso: como munícipe, compreender uma decisão do seu Presidente e de um organismo como o Museu Municipal.
Se preciso que me expliquem porque se recuperou (mesmo que nem sequer se tenha tido o cuidado de verificar que a coloração do granito novo que se colocou na fachada era próxima da coloração do granito já lá existente…) o Recreatório? Claro que não…. Só tenho a aplaudir… Se compreendo porque se recuperaram os Moinhos de Novelas? Claro que sim. Só tenho a aplaudir! E umas quantas outras coisas que tenho/temos a aplaudir (não tantas quanto seria desejável, mas antes pouco que nada…).
Abragão, Luzim e Vila Cova mudaram…. Temos a aplaudir.
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