A ETAR de Paço de Sousa atingiu, no mês de setembro, um novo recorde de autossuficiência energética com uma média mensal de quase 90%. De acordo com um comunicado da SIMDOURO, sociedade anónima de capitais responsável pela gestão deste equipamento, o resultado permitiu, durante vários dias, obter um custo energético negativo e uma redução “significativa” do custo global energético no tratamento de águas residuais.
Segundo os dados avançados, a Estação de Tratamento de Águas Residuais, que recebe um caudal médio de 8.000 m3/d de águas residuais provenientes dos concelhos de Lousada, Paredes e Penafiel, consumiu, no mês passado, 125.185 kWh/mês, tendo obtido através da produção de biogás 112.043 kWh/mês, número que representa 89,5% do consumo.
“A ETAR de Paço de Sousa foi alvo da implementação de um projeto inovador de co-digestão das lamas geradas na ETAR com um efluente industrial de produção de biodiesel. A SIMDOURO utiliza as etapas de digestão anaeróbia para fazer co-digestão dos efluentes industriais ricos em matéria orgânica, conseguindo aproveitar a capacidade instalada da digestão anaeróbia e produção de energia, as capacidades técnicas das equipas de exploração, beneficiando desta forma de uma forte redução dos custos de operação”, indica a nota de imprensa enviada ao IMEDIATO.
Através deste projeto, a estação tem conseguido obter índices de autossuficiência energética mensais superiores a 80%, relata a SIMDOURO, que já recebeu a distinção “SInergia – Criação de Valor na Economia Circular”, em 2019.
“Ao utilizar o biogás produzido no processo de tratamento, esta ETAR constitui um exemplo notável de sinergia industrial e de criação de valor na economia circular, que contribui para redução da pegada de carbono, representando um marco na diminuição da independência energética do nosso País”, lê-se na nota enviada pela SIMDOURO, uma sociedade anónima de capitais responsável pela construção, gestão e concessão do sistema multimunicipal de saneamento do grande Porto.