Este outono está marcado pelas eleições autárquicas em todo o país. Nos 308 concelhos do continente e das ilhas, os portugueses são chamados a eleger aqueles que cuidarão de governar os nossos municípios e freguesias. E também os que vão exercer o direito democrático de oposição. Uns renovarão os seus mandatos, outros chegarão pela primeira vez.
Tudo isto é do conhecimento geral, sendo a regra que cada denominado “ciclo autárquico” se conclua e se renove ao fim de cada período de 4 anos.
Assim, quer candidatos quer eleitores tendem a deter a sua atenção nos compromissos imediatos, avaliando os que foram ou não cumpridos no quadriénio anterior, e, claro, os novos, os que surgem nos manifestos eleitorais para o quadriénio que se segue.
Todavia, tenho para mim que os políticos mais competentes, aqueles que realmente deixam uma marca indelével na sua passagem pela missão pública e são recordados na posteridade, são os que conseguem ver para além dos quatro anos seguintes. Os que projetam os territórios, em obras materiais mas sobretudo imateriais, para um futuro bem mais distante, para as próximas gerações.
Deste modo, faço votos para que candidatos e eleitos sejam capazes integrar nos seus programas e na sua execução políticas concretas de elevado impacto geracional.
Seja ao nível da transição energética e digital, ou que tornem os territórios mais criativos e ambientalmente sustentáveis, ou capazes de contribuírem para a fixação de jovens e para a atração de novos residentes, com empregos mais qualificados e com mais elevados padrões de remuneração, qualidade de vida e forte coesão e inclusão social. Com sábio e humanizado aproveitamento da inteligência artificial. Mas também potenciadores de equilíbrio entre a igualdade e o mérito nas oportunidades, que se mostrem culturalmente vibrantes e desafiantes e competentes no domínio da educação.
É o que desejo para este novo ciclo autárquico, no nosso país. Mas igualmente, e sobretudo, no meu concelho de Penafiel.