Um grupo de enfermeiros do Hospital Padre Américo, em Penafiel, está a realizar esta terça-feira uma manifestação contra a precariedade dos contratos. Em frente ao hospital, os profissionais de saúde protestam por estarem na eminência de serem despedidos, com o término dos “contratos covid-19” à vista.
“Estamos aqui para fazer uma denúncia do possível despedimento destes enfermeiros, já houve alguns colegas que receberam a carta. É inaceitável que não haja autorização por parte do Governo para a vinculação destes 104 enfermeiros, que fazem parte dos 2.010 a nível nacional que poderão, a qualquer momento, ser despedidos”, afirmou Fátima Monteiro, enfermeira e coordenadora do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) do Porto.
A responsável reforça, contudo, que o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) “tudo está a fazer para que estes enfermeiros sejam integrados”, tendo em conta que os serviços do Hospital, entre os quais a urgência, estão a ser alargados.
Segundo Fátima Monteiro, as renovações de contrato foram mesmo incluídas no plano de atividade e orçamento do centro hospitalar, mas não foram aprovadas.
“É inacreditável que seja o próprio Governo a fomentar a precariedade e que não haja autorização para que estes enfermeiros tão necessários estejam na iminência de ser despedidos”, considera a coordenadora sindical.
Estes enfermeiros foram integrados no âmbito dos chamados “contratos covid-19”, com a duração de quatro meses, para fazer frente à pandemia. Contudo, esses contratos não estão a ser renovados, denuncia o sindicato.
Contactado pelo Jornal IMEDIATO, fonte do Conselho de Administração do CHTS garantiu que “está a acompanhar a situação e a zelar pelo cumprimento dos preceitos legais aplicáveis”. “Atualmente, o CHTS tem apenas quatro enfermeiros com situação para resolver no fim deste mês. O processo está a ser acompanhado por forma a encontrarem-se soluções que resolvam as necessidades assistenciais do Centro Hospitalar”, concluiu.