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A ambição de nos tornarmos líderes ou preponderantes nos círculos a que pertencemos é legítimo e comum no Ser Humano. A ânsia de ocupar um lugar acima dos outros, uma posição de superior capacidade, é a mais imediata e indiscutível forma de realização pessoal.

Isto acontece nas vários estruturas relacionais como nas famílias, no círculo de amigos, nas empresas, nas hierarquias militares, nos movimentos políticos, nas congregações religiosas, nas atividades desportivas.

Nesta escalada não está dispensado o árduo trabalho, o conhecimento do círculo, a natural desenvoltura para assumir a ambicionada preponderância e acima de tudo, uma aura natural propensa às posições de reconhecida evidência ou de chefia.

Para facilitar, proponho que ingenuamente aceitemos que todos os que alcançaram essas ditas posições de liderança ou preponderância, foi em resultado de um processo de meritocracia e não de um qualquer tipo oportunidade facilitada, muito comum na nossa sociedade. Senão teríamos de esmiuçar um infindável rol de processos usados para esse fim, como o nepotismo, os “amiguísmos”, a higienização de mãos e o meu favorito, o “puxa-saquismo”.

Mas não é sobre isso que quero debruçar-me, quero focar a minha reflexão no “estilo” e na forma narcísica que muitos adotam para legitimar a sua supremacia, cuja resolução mais gratificante seria a de alcançar o título a que comummente designamos de “líder carismático”.

E na busca desse anseio constatamos que uns optam pela exaltação do ego, pela imposição das ideias, pela frieza emocional, pelo distanciamento, pela arrogância, enfim, por uma atuação carregada de ruído, enquanto outros assentam a sua liderança na proximidade, na subtileza, na discrição, na humildade, enfim, numa estranha serenidade.

A título exemplificativo e sem querer ferir suscetibilidades apresento os seguintes contrapontos:

  • Jorge Jesus vs Vítor Oliveira
  • Cristina Ferreira vs Daniel Oliveira
  • Donald Trump vs Barack Obama
  • Sérgio Ramos vs Puyol
  • Ljubomir Stanisic vs Manuel Almeida
  • Rui Massena vs Sílvio Cortez

Longe do ruído dos néons, da visibilidade dos grandes palcos, da projeção dos focos, da idolatria das massas, existem outros líderes que não se deixam contagiar pela sua vaidade e optam pela exultação do todo!

O contraponto de vaidade não tem de ser a modéstia ou a humildade, mas sim o seu excesso!

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