Ano após ano, os incêndios são um tema que está diariamente em cima da mesa no verão, com notícias de vários pontos do país sobre incêndios que “engolem” manchas florestais, detenções de incendiários, e caos que as chamas deixam. Mas como está a ser a situação na região?
Dados exclusivos da GNR a que o IMEDIATO teve acesso mostram que em Paços de Ferreira, Penafiel, Paredes, Lousada e Felgueiras foram registados 216 crimes de incêndio entre 1 de janeiro e 31 de julho, uma subida de 96% comparando com o ano passado. Foram feitas três detenções e identificados 10 suspeitos.
Paredes é o concelho que mais sofre com crimes de incêndio
Foram registados 67 crimes de incêndio em Paredes, mais 55 que no mesmo período de 2019, o que representa uma escalada vertiginosa de mais de 450%.
O município paredense concentrou, assim, um em cada três crimes de incêndio registados na região em 2020, uma percentagem que triplicou comparando com o mesmo período do ano passado, em que representava apenas 11% do total. Foram identificados quatro suspeitos de crimes deste tipo pelos militares da GNR no concelho.
Paredes foi o concelho do país com maior número de incêndios rurais, segundo o 3º relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Se a região contou, até 10 de agosto, 748 incêndios rurais, 45% aconteceram no município paredense. Contas feitas, foram 337 as ocorrências registadas no concelho, mais 202 que o segundo mais afetado, Felgueiras.
Contudo, o concelho cai para 17º no ranking nacional quando é avaliada a área ardida, sendo que contou 304 hectares destruídos pelas chamas, aproximadamente metade do total da região.
Felgueiras foi o segundo concelho com mais crimes de incêndio
Dos 216 crimes de incêndio contabilizados pela GNR na região este ano, Felgueiras é o segundo município mais afetado, com 57 (26%). Comparando com o ano passado, é possível contar mais 18 crimes no concelho, um aumento na ordem dos 46%.
A nível de área ardida, Felgueiras também é o segundo concelho mais afetado, com 119 hectares destruídos pelas chamas em ambiente rural, quase 20% do total dos cinco municípios analisados.
Já em Lousada foram registados pela Guarda 50 crimes de incêndio entre janeiro e julho, um valor que representa 23% do total da região. De 2019 para 2020, o número de ocorrências teve uma subida de 233%. Este ano, foi identificado um suspeito e feita uma captura por este tipo de crimes.
No concelho, o ICNF registou 78 incêndios rurais (10,48% do total), que destruíram uma área de cerca de 29 hectares, cerca de 5% do total da região.
Penafiel e Paços de Ferreira são os “mais calmos”
Dos cinco municípios da região analisados pelo IMEDIATO, Penafiel e Paços de Ferreira são os menos ativos a nível de crimes de incêndios de janeiro a julho, com 33 e nove crimes, respetivamente.
Comparando com o ano passado, Penafiel contou mais um crime e Paços de Ferreira foi o único município a reduzir, com menos três ocorrências. No concelho penafidelense foram ainda identificados quatro suspeitos, menos um que no ano passado, e dois detidos, enquanto em Paços de Ferreira não foi feita qualquer identificação ou detenção.
Segundo o ICNF, aconteceram 130 incêndios rurais em Penafiel (17,3%) e 68 (9%) em Paços de Ferreira, sendo as áreas ardidas de 102 (16,8%) e 51 hectares (8,41%), respetivamente.