Ikea pacos

O anúncio feito pela IKEA Portugal de que vai atribuir um bónus de salário e meio a todos os trabalhadores do grupo no mês de dezembro, deixa de fora os cerca de 1500 trabalhadores da fábrica da IKEA em Paços de Ferreira, que afirmam estar a ser alvo de tratamento discriminatório. Isto porque a marca é gerida por dois grupos distintos e esta medida apenas abrange os trabalhadores de um deles, dedicado ao retalho.

O anúncio de um bónus de 150% anunciado recentemente pela IKEA Portugal indignou os trabalhadores da fábrica em Paços de Ferreira, que reclamam não ter acesso a este valor compensatório. Sem se querer identificar, um dos trabalhadores denunciou o caso, acusando a empresa de tratamento discriminatório. O trabalhador deu ainda nota de que a empresa anunciou ainda a suspensão de uma outra contribuição anual para o plano de pensões dos colaboradores – o programa “Thanks!” – por não ter conseguido atingir os seus objetivos em termos de orçamentos e resultados, “uma situação alheia” ao trabalho que desenvolvem.

Ao Jornal IMEDIATO, a IKEA Industry Portugal – a empresa responsável pela fábrica de Paços de Ferreira que é gerida pelo Inter IKEA Group – explicou que esta medida da bonificação de 150 por cento abrange apenas os trabalhadores das lojas da IKEA Portugal, que faz parte do grupo Ingka. “São dois grupos diferentes, com estratégias diferentes e políticas de compensações e benefícios diferentes para os respetivos colaboradores”, referiu.

A empresa sueca, confirmou ainda o fim do programa “Thanks!” – um programa de compensação que é atribuído aos trabalhadores da IKEA Industry Portugal, pois “no ano fiscal de 2022 o grupo Inter IKEA não atingiu os seus objetivos em termos de orçamentos e resultados, o que levou à decisão de não realizar o pagamento do Thanks! referente a 2022, de acordo com as regras do programa”.

Já em 2018, os trabalhadores da IKEA Industry Portugal, viram-se privados de um bónus anual que recebiam até essa data. Segundo a empresa, “foram compensados com um aumento permanente dos seus vencimentos em 5%”, uma decisão tomada “para aumentar a simplicidade na remuneração e tornar os valores a receber mais estáveis e previsíveis, uma vez que o valor do bónus era variável em cada ano”.

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